Todos os anos a estrela do circuito brasileiro de pólo eqüestre é uma só: o Aberto de São Paulo, na Hípica Paulista. Lá, equipes de estirpe disputam cavalgada a cavalgada o título de número um do País. Nos campos, sobrenomes como Diniz, Mansur, Klabin e Matarazzo imperam no esporte amador. Mas a temporada 2003 pode mudar o rumo do pólo brasileiro. Um dos torneios de maior importância mundial virá pela primeira vez ao Brasil, mais precisamente no exclusivo Helvetia Polo Country Club, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Trata-se da Copa de Ouro, um torneio que acontece em junho e vai mesclar figurões da alta sociedade com jogadores profissionais vindos da Inglaterra, França, Argentina e Estados Unidos. Nas rédeas do evento, está o empresário e presidente da Federação Paulista de Pólo, José Eduardo Matarazzo Kalil. ?Quero trazer todos os grandes jogadores do mundo para o Brasil?, diz um eufórico Matarazzo.

O entusiasmo do jovem cartola de 36 anos é facilmente compreendido. A Copa de Ouro foi criada na Argentina há mais de quatro anos paralelamente ao festejado torneio de Palermo, um dos mais competitivos do mundo. O público era dos mais seletos. Presidentes de conglomerados financeiros e empresários donos de gigantescas fortunas deslocavam-se de seus países para ver o espetáculo. O que fizeram? Formularam um torneio onde esses figurões do jet-set internacional podem jogar ao lado de profissionais. Se fosse no futebol, por exemplo, seria como se um grande empresário pagasse para Pelé jogar no seu time. Para isso desembolsam alto. Somente as inscrições alcançam mais de US$ 20 mil. E o cachê de jogadores de nome chega a US$ 50 mil.

Executivos internacionais. Para a primeira Copa de Ouro realizada no País, Matarazzo vai convidar, além dos clãs brasileiros renovados com uma nova safra de jogadores, executivos e amantes do esporte como Jim Cantalupo, presidente mundial do McDonald?s, e Peter Brant, maior acionista da Coca-Cola. Profissionais do quilate do argentino Adolfo Cambiasso, considerado o melhor do mundo, também poderão participar do torneio. ?Queremos fazer do pólo no Brasil o mesmo que é feito com a F-1?, diz Matarazzo. Ou seja, profissionalizar e transformar o esporte em um negócio lucrativo. O jogador profissional Ricardinho Mansur, filho do ex-dono do Mappin e um dos melhores brasileiros na atualidade, avaliza a jogada de Matarazzo: ?O torneio trará mais status e visibilidade para o esporte no País?. Uma tacada ambiciosa que reunirá os ingredientes perfeitos: patrocinadores de peso, amadores com muito dinheiro na carteira e profissionais que dispensam apresentações.