O sistema operacional Linux, rival do Windows, ganhou projeção global em função de um único princípio: a gratuidade. A expansão nas redes corporativas ocorreu pelo fato de que ninguém nunca precisou desembolsar um único tostão pelo software. Agora esse modelo está ameaçado. Darl McBride, presidente da SCO Group, exige royalties de qualquer empresa que utilizar o programa. Ele diz ter esse direito porque o sistema operacional foi baseado em outro software patenteado anos atrás pela SCO, o Unix. É uma briga que ocorre dentro dos tribunais. A IBM foi o primeiro alvo. A SCO exige
uma indenização de US$ 5 bilhões pela suposta inserção ilegal
de 80 mil linhas do código fonte, a alma dos programas de computador, do Unix no Linux da IBM.

A próxima vítima de McBride deve ser o buscador da internet, o Google, que usa o programa gratuito nos computadores respon-
sáveis pelo funcionamento do serviço. Para resolver essa situação, o site desembolsaria US$ 7 milhões. ?Estamos protegendo nossa propriedade intelectual?, afirmou à DINHEIRO Chris Sontag, vice presidente da SCO. Há também um outro motivo para os planos
de McBride. Ele precisa melhorar as finanças da empresa, que
perdeu US$ 2,2 milhões no primeiro trimestre do ano. ?Não sei se
eles têm dinheiro suficiente para uma batalha judicial de nível
global?, diz Dion Cornett, analista da Decatur Jones.

Quem acompanha essa novela, vê pelo menos um ganhador: a Microsoft. Apostando na briga alheia para derrubar o maior concor-
rente do Windows, a companhia aconselhou o grupo de investimento Starbay, de propriedade de Paul Allen, amigo de Bill Gates, a investir US$ 50 milhões na SCO. Nessa guerra parece que vale tudo.