O caos gerado pelas chuvas nas grandes cidades brasileiras, como as que deixaram debaixo d’água Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo nas últimas semanas não é culpa apenas do índice pluviométrico, mas da ocupação desordenada e da impermeabilização do solo. Segundo dados do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), entre 1985 e 2018 a mancha urbana paulistana cresceu 11%. Sem conseguir penetrar na terra e com pouco espaço, a água corre diretamente para córregos e rios, que não suportam e transbordam. Por essa razão, é preciso pensar em alternativas para mitigar os estragos causados pelas chuvas. Além de aumentar as áreas verdes, é necessário investir em tecnologias mais ecológicas como sistemas de pavimentação que absorvem água. A Votorantim Cimentos, por exemplo, oferece em seu portfólio uma solução nessa linha, o concreto permeável, que tem grande capacidade de absorção e pode ser usado em estacionamentos, calçadas, pátios de empresas, ciclovias, praças e piscinões. Outro exemplo é o asfalto poroso desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), que tem grande capacidade de absorção. Em um experimento feito pela instituição em um período que choveu quase 40 dias seguidos, o asfalto conseguiu aliviar em 50% os efeitos locais de uma forte chuva, segundo o professor da instituição Rodolfo Martins.

 

Werther Santana

(Nota publicada na edição 1158 da Revista Dinheiro)