Os últimos dias no Rio de Janeiro foram os mais difíceis em muitos anos. Na noite da quarta-feira 6, um temporal devastou a capital fluminense. Houve deslizamento de encostas, alagamentos de ruas, queda de árvores e diversas vias bloqueadas. Sete pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas. Há, no entanto, indícios de que essa tragédia poderia ter sido evitada. Segundo um levantamento que utiliza como base as LOAs (Lei Orçamentária Anual), a gestão do prefeito Marcelo Crivella, iniciada em janeiro de 2017, deixou de investir mais de R$ 564 milhões em recursos disponíveis para ações de controle de enchentes e contenção de encostas nos dois últimos anos. Dos R$ 730 milhões aprovados para esse tipo de gasto, a prefeitura utilizou apenas R$ 166 milhões. Ou seja, 22% do total. O aumento de temperaturas impulsionado pelo aquecimento global causa um desequilíbrio ambiental entre a área urbana e rural, o que causa tempestades cada vez mais intensas. O resultado disso é que as grandes metrópoles são inundadas repentinamente e os campos e terras agrícolas são castigados com a seca.

(Nota publicada na Edição 1108 da Revista Dinheiro)