13/10/2004 - 7:00
Estados Unidos e Japão estão envolvidos em uma frenética corrida. A intenção de cada país é construir o supercomputador mais potente e colocar seu nome na lista das 500 máquinas mais rápidas do planeta, produzida por duas universidades dos Estados Unidos e Alemanha (www.top500.org). A disputa entre americanos e japoneses pode ser medida em teraflops, a unidade computacional pela qual identifica-se a capacidade das máquinas em realizar trilhões de operações a cada segundo. Os japoneses são líderes desde 2002, quando o governo do país lançou o Simulador da Terra, a Ferrari desses equipamentos capaz de fazer 41 trilhões de contas por segundo. É o dobro da capacidade do segundo colocado, lançado este ano nos EUA e que realiza 23 trilhões de cálculos. Entre os cinco mais rápidos supercomputadores do mundo, quatro são americanos, mas a idéia é ter o primeiro lugar. A disputa foi aquecida quando o governo americano, no final do primeiro semestre deste ano, entregou US$ 25 milhões para a IBM, Silicon Graphics e a Cray construírem a máquina capaz de fazer 50 trilhões de cálculos. O equipamento está em desenvolvimento.
Por trás desse campeonato há uma disputa de egos dos cientistas de cada nação e um desejo declarado da iniciativa privada. Os supercomputadores são úteis para a pesquisa científica ? o Simulador da Terra prevê com mais exatidão do que qualquer outra máquina alguns cataclismas como terremotos e furacões ? e fundamentais no desenvolvimento de produtos. Uma simulação feita em uma desses gigantes cibernéticos pode reduzir em centenas de milhões de dólares o custo de produção de um novo remédio ou até um automóvel. Por exemplo, a máquina japonesa ajudou a indústria automobilística local a elaborar um novo carro com menor resistência ao deslocamento do ar e conseqüente redução do consumo de gasolina. Os americanos buscam também essas opções. 
