Líder global de produção e exportação de soja, o Brasil deve registrar um novo recorde, mesmo com a pandemia. Levantamento preliminar da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgado no início de abril, mostra que as exportações do País em março alcançaram 13,4 milhões de toneladas, alta de 24% sobre as 10,8 milhões de toneladas do mesmo mês de 2020. É neste cenário promissor que a AgroGalaxy, plataforma brasileira de varejo de insumos e serviços agrícolas, estrutura sua estratégia de crescimento. A soja representa quase 70% de suas operações.

A companhia colheu bons resultados em 2020. No ano, a varejista registrou faturamento de R$ 4,1 bilhões, alta de 26,7% em relação ao ano anterior. A companhia também registrou alta (de 58%) no lucro líquido, com R$ 102,3 milhões no período. Mesmo no cenário positivo, a instabilidade da economia brasileira freou o principal plano da companhia para o ano passado: a abertura de capital. “Nossas estratégias não mudam e, no momento certo, vamos seguir com os planos de fazer o IPO”, afirmou Welles Pascoal, CEO da Agrogalaxy.

“No momento certo, vamos seguir com o IPO” Welles Pascoal, CEO da AgroGalaxy

Enquanto não chega esse momento, a Agrogalaxy cresce em aquisições. No início do mês, anunciou a compra da Boa Vista Comércio de Produtos Agropecuários por R$ 41 milhões, marcando a consolidação da empresa no Mato Grosso do Sul e o plano estratégico de crescimento inorgânico no mercado brasileiro. É a sexta aquisição desde que a Agrogalaxy foi criada, em 2016. As demais compras foram da Agro 100, Agro Ferrari, Grão de Ouro, Rural Brasil e 70% da Sementes Campeã.

As aquisições devem continuar este ano, mas o foco será investir no digital. Com aporte total de cerca de R$ 57 milhões voltados à tecnologia e à logística em 2020, a companhia vai expandir os investimentos para R$ 70 milhões. O resultado já aparece nos números. Somente nos três primeiros meses de 2021, as operações digitais representaram 50% das vendas. Segundo o CEO, a pandemia foi crucial para despertar a importância da transformação tecnológica. “Para operar no varejo de insumos agrícolas no Brasil, temos de ser muito bons no digital”, afirmou Pascoal. “Decidimos que será uma parte crítica dos nossos investimentos.”