Você imaginar seu pacote caindo de uma esteira no chão é uma coisa. Imaginar seus dados pessoais e financeiros usados por terceiros e até revendidos, sua lista de compras bisbilhotada, aí já é outra.

O pesadelo maior veio justamente da grandiosa Amazon, envolvida semana passada em um escândalo sem precedentes para uma companhia que foi até o comitê do Senado americano em 2018 dizendo justamente que os dados de seus clientes eram preciosos para seu negócio.

O ex-chefe de informação da empresa, Gary Gagnon, revelou à revista Wired que quando chegou lá em 2017 foi um choque, que o sistema de proteção de dados dos clientes parecia ter sido juntado e colado com chiclete.

Um funcionário, anônimo, acrescentou que ele e colegas acessavam compras de personalidades como Kanye West e outros, e que até mesmo reviews eram editados para favorecer empresas que pagassem propina – incluindo uma empresa chinesa. Segundo a publicação, 24 milhões de nomes e dados financeiros de clientes estiveram expostos. A Amazon, por enquanto, nega.

(Nota publicada na edição 1250 da Revista Dinheiro)