Não deve ter sucesso as contundentes investidas do governo Donald Trump de brecar a presença da chinesa Huawei na instalação de redes 5G na América Latina. E é justamente o Brasil de Jair Bolsonaro, aliado declarado do presidente americano, quem lidera essa resistência, de acordo com reportagem do Financial Times. Um dos motivos da posição brasileira seria reflexo de pressões do setor agrícola, que tem na China um forte comprador. O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que o País vê a “Huawei com bons olhos”. O Brasil e as outras duas maiores economias da região – México e Argentina – devem decidir até o começo de 2020 se vão permitir que a Huawei participe da infraestrutura móvel 5G. Analistas afirmam que os chineses possuem o melhor equipamento e que não há fornecedor americano capaz de competir com eles na América Latina. Os únicos outros provedores viáveis ​​seriam Ericsson, Nokia e Samsung, que custariam mais. Pesa também aos governos da América Latina, onde o crescimento econômico está instável, os acenos de maciços investimentos e financiamentos partindo dos chineses.

(Nota publicada na Edição 1125 da Revista Dinheiro)