Cerca de 40% do território nacional apresenta níveis de ameaça aos corpos hídricos de moderado a elevado. E o Estado de São Paulo é o que está em pior condições. É o que mostra um relatório divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo Painel Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

O trabalho, que considerou pesquisas científicas realizadas nos últimos anos sobre o assunto, mostra que as principais ameaças às águas no País são as mudanças climáticas, as mudanças no uso do solo, a fragmentação de ecossistemas e a poluição.

Feita em conjunto por 17 pesquisadores de diversas instituições do País, a avaliação aponta que se por um lado os recursos hídricos são fundamentais para a economia brasileira, por outro, cenários de escassez já trazem prejuízos significativos.

A seca recente que afetou as regiões Sudeste e Centro-Oeste, por exemplo, provocou uma perda de cerca de R$ 20 bilhões na receita agrícola em 2015, um recuo de quase 7% em relação ao ano anterior.

Para o futuro, levando em conta o aumento da demando por crescimento da população, as perdas do sistema e impactos climáticos, se não houver investimentos em infraestrutura, faltará água para 74 milhões de pessoas até 2035, com impacto em vários setores produtivos, em especial a indústria, que pode sofrer 84% das perdas econômicas previstas.