Arroz, feijão, batata, café, maçã e banana. Uma refeição completa infestada por substâncias cancerígenas que podem causar danos genéticos, problemas neurológicos e desregulação hormonal. Esse pode ser o cardápio que o brasileiro consumirá em alguns anos. Na segunda-feira 22, o País deu mais um passo em direção a esse futuro distópico ao registrar 51 novos tipos de pesticidas no Diário Oficial da União. Desde o início do governo Jair Bolsonaro (PSL), 290 substâncias usadas para controle de pragas foram permitidas no território nacional. Desse total, 41% (118) são produtos extremamente tóxicos e 32% deles estão proibidos na Europa. Dentre as substâncias, está o sulfoxaflor, princípio ativo que controla insetos de frutas e grãos, um dos principais responsáveis pelo extermínio das abelhas polinizadoras. Há outros 560 agrotóxicos que aguardam registro. Considerando esses sete primeiros meses, 2019 já é o ano com maior volume de agrotóxicos liberados. Até então, 2018 era o detentor da marca, com 229 produtos permitidos de janeiro a 22 de julho.

(Nota publicada na Edição 1131 da Revista Dinheiro)