Desde muito cedo sabíamos que seria uma colheita especial… perfeita”. As palavras do enólogo Enrique Tirado, diretor técnico da Viña Don Melchor resumem a expectativa criada em torno da safra 2018 para um dos vinhos mais admirados do Chile. Havia razões para acreditar que as uvas daquele ano seriam as melhores já colhidas desde a criação do rótulo pela vinícola Concha y Toro, em 1987. As condições climáticas foram as ideais. As chuvas aconteceram na hora certa, sem excesso nem falta. Os cachos se desenvolveram de maneira concentrada, antecipando uma boa homogeneidade no amadurecimento. Perto da colheita, em março e abril, temperaturas noturnas mais baixas ajudaram a concentrar toda a expressão da fruta e permitiram uma excelente maturação dos taninos. O resultado dessa condição favorável acaba de ser anunciado na forma da mais alta pontuação que cabe a um vinho: 100 pontos, na avaliação do norte-americano James Suckling. A nota, inédita na história da marca, consolida o Don Melchor como um dos grandes cabernet sauvignon do mundo.

Divulgação

“A perseverança na busca pela melhor expressão e qualidade nos permitiu obter na safra 2018 o que chamamos de safra perfeita” Enrique Tirado Enólogo e CEO da Viña Don Melchor.

Embora a natureza tenha ajudado, ela fornece apenas parte das condições para que se chegue à perfeição. Produzir um vinho destinado aos 100 pontos exige muito trabalho – e poucas bebidas demandam tanto de seus produtores quanto o Don Melchor. Ele nasce no terroir de Puente Alto, à beira do rio Maipo, na região metropolitana de Santiago, em um vinhedo de 127 hectares divididos em 151 parcelas. Cada variedade ocupa uma porcentagem do vinhedo: 90% cabernet sauvignon, 7,1% cabernet franc, 1,9% merlot e 1% petit verdot. Cada uma dessas uvas entra no blend final, mas não necessariamente nessas mesmas proporções. O corte é decidido a partir da combinação de 181 amostras em degustações que duram três dias no povoado de Lamarque, em Bordeaux, na França. Lá, Tirado se reúne com o consultor Eric Boissenot para escolher os componentes e as proporções exatas que seguirão para as barricas de carvalho francês por mais 15 meses antes do engarrafamento. No dia 26 de julho de 2018, quando a dupla finalmente elegeu a “gran mezcla” daquela safra, Tirado fez a seguinte anotação: “Emociona ao máximo”. Impossível discordar. “A vitalidade e a energia neste vinho são deslumbrantes. Corpo amplo, ainda que muito refinado e polido, com uma beleza e textura impecável. É um testemunho do equilíbrio, da harmonia e da transparência em um grande tinto”, afirmou James Suckling no comentário em que justifica a pontuação máxima.

JÁ NAS LOJAS Com preço sugerido de R$ 945,90, o rótulo tem venda restrita em poucos pontos do Brasil. (Crédito:Divulgação)

Nascido em Santiago, em 1833, Melchor de Concha y Toro entrou para o negócio de vinhos aos 50 anos, com a criação da empresa que tornaria seu sobrenome mundialmente famoso. Em 2019, o rótulo que o homenageia passou a ser também uma vinícola independente, da qual Enrique Tirado é também o CEO. A safra 2018 chega ao mercado brasileiro nesta semana, ao preço sugerido de R$ 945,90.