29/06/2005 - 7:00
O governo federal ganhou mais um aliado na estratégia de transformar o Brasil em centro de referência mundial na área de software livre. A multinacional Sun Microsystems decidiu treinar, gratuitamente, uma força-tarefa de 500 jovens em programas desse novo mundo. ?É a maneira de ajudar o País a ficar na dianteira desse mercado?, diz o presidente da subsidiária brasileira, Cleber Morais.
Por que a parceria com o governo no software livre?
Sem falsa modéstia, somos a empresa de tecnologia que mais contribuiu nos últimos anos com o mundo do software livre, que é bem mais amplo que o Linux.
Como a Sun se posiciona nesse mundo?
Financiamos projetos nessa área, doamos recursos para instituições não-governamentais que trabalham com o temae, por último, fomos arrojados na abertura do Solaris (sistema operacional usado em computadores corporativos).
É um passo tão grande assim?
Só em investimento feito no desenvolvimento do Solaris gastamos US$ 500 milhões. Ninguém seria tão corajoso. Nem os nossos concorrentes. Por isso temos credenciais para atuar nesse novo mundo.
Por que a Sun está pagando todos os custos do programa de treinamento dos jovens em software livre?
Essa contribuição não é uma novidade para a companhia. Desde que abrimos o escritório no País temos a preocupação de colaborar com o governo e instituições nacionais. Este é o momento adequado para preparar profissionais para um mercado que se desenha com muitas oportunidades.
Software livre é uma aposta no escuro?
Não. Está clara a importância desses programas para o governo e as empresas. A Sun também acredita muito no potencial desse modelo tecnológico e nos países onde atuamos temos por regra estimular a expansão desse setor.
Como é esse estímulo?
Em ações diretas como o curso que estamos ofertando e ações institucionais. Nessa última área, por exemplo, um dos nossos vice-presidentes mundiais (Jonatham Schwartz) enviou uma carta aberta parabenizando o presidente Lula pela iniciativa de incentivar o uso do software livre no País.
Hoje, dentro do governo, a IBM tem a hegemonia das questões relativas ao software livre. A Sun quer parte desse bolo?
Não é nosso objetivo, mas gostaríamos de colaborar nesse debate com o nosso conhecimento e a experiência acumulada por nossos técnicos nos últimos anos.
A Sun é especialista em software livre?
Conhecemos bem a filosofia que está por trás de programas como o Linux porque a nossa linguagem Java, por exemplo, é um padrão aberto que já tem milhões de usuários em todo o mundo.
Esse programa de capacitação terá sequência em 2006?
Vamos analisar os resultados ao final da primeira turma, mas tudo indica que haverá continuidade.
Qual o grau de conhecimento que o curso proporcionará aos estudantes?
Em algumas situações, eles entrarão em contato com as últimas novidades desse mercado. Os professores serão especialistas treinados pela Sun e os alunos chegarão ao final do curso preparados para atuar no segmento do software livre. 
