Uma pesquisa mostra que, em 2020, a parcela de 1% da população brasileira com maior renda mensal ganhava, em média, 34,9 vezes mais que a metade dos brasileiros com os menores rendimentos. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgado nesta sexta-feira (19).

Segundo o levantamento, no ano passado o rendimento médio domiciliar per capita dos mais ricos foi de R$15.816, enquanto a renda média do grupo mais pobre foi de R$ 453. A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita totalizou R$ 284,6 bilhões em 2020, ante um montante de R$ 295,2 bilhões em 2019.

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Os 10% mais ricos do País concentravam 41,6% de toda a massa de renda nacional, o equivalente a cerca de R$ 118,4 bilhões nas mãos de pouco mais de 21 milhões de pessoas. Já os 21 milhões moradores mais pobres detinham apenas 0,9% de toda a soma de rendimentos, ou seja, dividiam apenas R$ 2,56 bilhões.

Além disso, a pandemia retirou das famílias brasileiras R$ 10,6 bilhões em 2020, a despeito do reforço proveniente de medidas emergenciais de socorro financeiro à população. O pagamento do auxílio emergencial elevou a massa de renda em circulação nas regiões Norte e Nordeste.

No entanto, não foi suficiente para repor todos os rendimentos perdidos do trabalho e de aposentadorias no restante do País. Mais da metade (50,7%) desse bolo ficou concentrado no Sudeste, R$ 144,4 bilhões, embora tenha recuado 5,2% em relação ao ano anterior.