o início da semana de recesso parlamentar foi marcado por baixo volume de negociações no câmbio, com o dólar à vista fechando em leve queda nesta segunda-feira, 17. A divisa americana ficou sem tração durante toda a sessão, em dia sem novidades no campo político e no cenário externo, embora a queda de mais de 1% do petróleo tenha limitado a desvalorização da moeda americana.

O diretor de câmbio da Abrão Filho, Fernando Oliveira, explicou que o mercado se ajustou após as vitórias do governo na semana passada (reforma trabalhista e a rejeição do relatório a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer), em meio a uma certa perspectiva de evolução nas reformas. “A bolsa subiu, o dólar caiu para abaixo de R$ 3,20 e agora, qualquer fato novo pode alterar, mas a tendência é o dólar ficar neste patamar durante o recesso.”

Segundo ele, o que pode atrapalhar a desvalorização da moeda americana são as frentes políticas de investigação que não devem parar. Entre elas, a segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer. Hoje, em Washington, Janot, cujo mandato termina em setembro, disse que o Ministério Público não tem pressa para apresentar a nova denúncia. No fim de junho, o procurador-geral acusou Temer de corrupção passiva.

“Certamente o dólar sofrerá algum impacto quando saírem novas denúncias porque a tendência é Temer perder o apoio da base”, acrescentou Oliveira. Um operador do mercado apontou também outro fator que tem deixado o mercado com certa cautela, limitando a queda da divisa americana: as delações em negociação do ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro.

Além disso, a queda do dólar foi limitada pela desvalorização de 1% do petróleo, após a estimativa de que a produção de óleo de xisto de sete grandes campos de petróleo nos Estados Unidos deve subir em agosto. Oliveira, da Abrão Filho, acrescentou ainda que o dólar abaixo de R$ 3,18 é um patamar interessante para compra, gerando um movimento de recomposição de posições compradas.

Embora o dólar à vista tenha recuado durante toda a tarde, o dólar futuro para agosto mostrou viés de alta. Oliveira apontou que esta é uma tendência que deve se manter. “Primeiro porque o dólar caiu bastante nos últimos dias e segundo porque, apesar do recesso parlamentar, o cenário político é muito imprevisível.”

No mercado à vista, o dólar terminou em leve queda de 0,07%, aos R$ 3,1829. O giro financeiro somou US$ 1,19 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1773 (-0,24%) e, na máxima, aos R$ 3,1872 (+0,06%). No mercado futuro, o dólar para agosto subiu 0,08%, aos R$ 3,1920. O volume financeiro movimentado somou US$ 9,44 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1855 (-0,12%) a R$ 3,1960 (+0,20%).