O dólar teve um dia de queda firme ante o real nesta segunda-feira, 17, motivada principalmente pela indicação do Banco Central de que deve rolar todo o estoque de swaps cambiais que vence em maio. Enquanto isso, no exterior a moeda norte-americana teve um desempenho misto, em meio às idas e vindas nas tensões geopolíticas. Amanhã, o foco estará voltado para a apresentação do relatório da Previdência e a ata do Copom.

O dólar à vista no balcão terminou com queda de 1,28%, a R$ 3,1060, após tocar a mínima de R$ 3,0937 (-1,68%) nível intraday que não era visto desde o último dia 5. O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 960,146 milhões. No mercado futuro, o dólar para maio recuava 1,25% por volta das 17h15, a R$ 3,1150. O volume financeiro somava US$ 11,800 bilhões. No exterior, o dólar tinha um desempenho misto ante outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, subindo 0,05% na comparação com o peso mexicano, mas caindo 0,69% frente ao rublo russo.

Na noite de quinta-feira, o Banco Central anunciou que faria hoje leilão de venda de swaps cambiais tradicionais. A autoridade vendeu 16 mil contratos. Se mantiver esse ritmo até o fim do mês, poderá rolar integralmente o estoque de 127.785 contratos (US$ 6,389 bilhões) que vence em 2 de maio, já que tem mais sete dias úteis até o término de abril, desconsiderando a última sessão do mês, quando normalmente o BC não atua para não interferir na definição da Ptax mensal.

Nos últimos meses, o BC vinha rolando apenas parcialmente os swaps, renovando de 40% a 60% dos contratos vincendos. Atualmente, o estoque total está em US$ 17,762 bilhões, após ter superado US$ 100 bilhões no auge do programa.

O gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini, aponta que o dólar perdeu terreno ante algumas moedas consideradas “portos-seguros”, em função das tensões geopolíticas. Após um novo teste com míssil na Coreia do Norte neste fim de semana – que acabou fracassando – o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que “a era da paciência estratégica” com o país asiático acabou. Dados positivos sobre a economia da China, incluindo o crescimento de 6,9% do PIB do primeiro trimestre, também colaboraram com um certo apetite por risco.