As vendas de aço pela rede de distribuição de janeiro, de 239 mil toneladas, foi o pior janeiro desde 2009, disse nesta terça-feira, 21, o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. O executivo afirmou que no momento se percebe uma onda de pessimismo por parte da rede de distribuição, fato que explica a estimativa para queda de 10% das compras e vendas em fevereiro.

O presidente do Inda disse que os clientes da rede estão muito resistentes em relação ao último aumento de preços em janeiro e muitos estão segurando as compras e utilizando parte dos estoques. Muitas empresas costumam aumentar seus estoques antes do reajuste de preços.

Prêmios

O prêmio do aço nacional em relação ao importado nacionalizado está hoje acima de 20%, dependendo do produto, disse Loureiro. O cálculo considera o dólar a R$ 3,10.

As importações dos distribuidores subiram 310,4% em janeiro na relação anual, para 124,8 mil toneladas. Em relação a dezembro, o crescimento foi de 61,7%. “Com o atual dólar começamos a ver problema com importação”, afirmou.

O executivo exemplificou que mês passado as importações de galvanizados foram superiores aos volumes entregues pela usinas.

O consumo de aço no Brasil, apresentou melhora no período, mas as importações começam a ocupar algum espaço.

O preço do carvão neste início de ano desabou, mas o executivo disse que até aqui os preços do aço na China, que balizam os preços no mercado internacional, seguem firmes.

Mercado internacional

O presidente do Inda não vê tendência de aumento de preços no mercado internacional. Com isso, o cenário de prêmio no Brasil, hoje em mais de 20%, poderia se amenizar com a taxa de câmbio.

Segundo Loureiro, uma taxa de câmbio adequada ao setor é vista entre R$ 3,30 e R$ 3,40.

Apesar do crescimento das importações no período, o presidente do Inda disse que as usinas mantiveram os aumentos. No momento as usinas negociam reajuste de preços com os clientes industriais.

“Importação está indo para outros níveis e a percepção é de que ela ficará forte nos próximos dois a três meses”, afirmou.