Além de citar os motivos de praxe para seu pedido de recuperação judicial – crise econômica, dificuldade para conseguir crédito e alto nível de endividamento -, a UTC Participações também responsabilizou a Petrobras por sua situação.

Em documento entregue à Justiça, os advogados da empreiteira afirmam que “as requeridas (UTC), após o colapso de sua operação em Macaé/RJ, por culpa única e exclusiva da Petrobras, não tiveram outra saída senão o presente pedido de recuperação judicial”.

A afirmação se refere ao fato de a estatal ter bloqueado o pagamento da manutenção de 12 plataformas na Bacia de Campos, no valor de R$ 20,9 milhões. A retenção dos recursos ocorreu porque a Petrobras considerou que serviços prestados pela UTC no Rio Grande do Sul foram falhos. A briga entre as empresas resultou na demissão de 4 mil funcionários da empreiteira na semana passada.

Alvo da Lava Jato, a UTC tinha na petroleira sua principal cliente e esperava assinar aditivos aos contratos que já tinha com a petroleira para continuar operando e gerando receita. A Petrobrs, porém, desistiu de renovar os contratos. Procurada, a estatal informou não ter sido notificada sobre a recuperação da UTC e afirmou que ainda “avaliará o conteúdo do pedido e tomará as medidas cabíveis na defesa dos seus interesses”.