Apesar de não ter alcançado o quórum qualificado exigido para aprovação da Proposta da Emenda Constitucional que irá reformar a Previdência, o presidente Michel Temer comemorou os 296 votos alcançados na noite desta quarta-feira, 26, com a reforma trabalhista, no plenário da Câmara. “O mesmo grau de engajamento será agora necessário para a aprovação definitiva da reforma trabalhista no Senado Federal”, disse o presidente, por meio do porta-voz Alexandre Parola.

Temer agradeceu “à base de apoio do governo e às lideranças partidárias, ministros de Estado, governadores, prefeitos e representantes empresariais e sindicais que atuaram decididamente em favor da aprovação do projeto na Câmara”.

O porta-voz fez questão de lembrar os feitos positivos do governo na economia. “O firme compromisso do governo do presidente Michel Temer com a responsabilidade fiscal permitiu superar de forma exitosa, já a partir do primeiro trimestre de 2017, a crise econômica que recebemos, com seus milhões de desempregados, juros altos e inflação fora de controle”, afirmou Parola. Segundo ele, “em pouco tempo, esses problemas estão sendo sanados”.

O presidente acredita, segundo o porta-voz, que “uma vez em vigor, a nova legislação permitirá garantir os direitos dos trabalhadores previstos na Constituição Federal e impulsionar a criação de empregos no país”. Segundo Temer, “trata-se de mais um importante avanço para superar a mais profunda crise econômica de nossa história”.

Parola destacou ainda que “o resultado obtido é expressão da opinião amplamente majoritária que se formou na sociedade brasileira em torno da necessidade de adequar as relações trabalhistas às realidades do presente e de preparar o nosso mercado de trabalho para as exigências do futuro”.

O porta-voz lembrou que, com a aprovação da reforma, “inaugura-se em nosso país um novo ciclo de prosperidade socioeconômica guiado por um plano estruturado de mudanças que estão recolocando o Brasil no caminho sustentável e duradouro do crescimento e do emprego”.

Segundo Parola, “o projeto aprovado foi o resultado de amplo debate entre os mais variados setores da política, do Estado e da sociedade civil”.

O governo comemorou os 296 votos, mas, de acordo com um dos interlocutores do presidente, “não era possível cobrar neste momento” todos os votos. Este auxiliar de Temer explicou que alguns deputados justificaram antecipadamente ao governo que, “por questão de sobrevivência política”, não poderiam dar o seu voto para as duas reformas, e pediram que o Planalto optasse apenas por uma delas.

“É claro que preferimos lá na frente, depois, na reforma da Previdência, que é que precisa de quorum qualificado e é questão de vida ou morte para o governo”, observou a fonte. Mas, mesmo assim, segundo o interlocutor, o número de votos ainda foi “melhor do que esperávamos”.