Celulares, computadores, dispositivos de vestir… A vida parece infinitamente conectada nos dias de hoje. Eu mesmo, quando estou em casa, posso reparar o olhar de reprovação da minha esposa quando me vê respondendo à emails e mensagens no celular, ou andando para lá e para cá com meus dispositivos tecnológicos, que piscam, apitam e exigem a minha atenção.

Sabemos que a tecnologia surgiu para melhorar o dia a dia das pessoas. Você ainda se lembra como a vida era complicada antes do advento do email e do celular? Hoje conseguimos ser mais ágeis! Ao responder um email de trabalho no celular, podemos rapidamente nos liberar para brincar com os filhos ou passar mais tempo com a família.

No entanto, essa mesma tecnologia que em tantos momentos nos ajuda pode também vir a nos atrapalhar. Não é raro ver em restaurantes famílias inteiras sentadas à mesma mesa, mas todos com os dedos e o olhar grudados nas suas telinhas. Ou mesmo no metrô – já parou para reparar quanta gente está digitando freneticamente ou assistindo a vídeos entre uma estação e outra?

Essa “hiperconexão” já foi até retratada pelos noticiários ao comparar a Praça de São Pedro no dia do anúncio do Papa Bento XVI e do Papa Francisco. A diferença salta aos olhos: em 2005, muitas pessoas; em 2013, muitas pessoas e muitas telas:

Saint Peter Square 2005 e 2013

Essa dualidade da tecnologia, que dança entre os papéis de vilã e mocinha da contemporaneidade, pode ser uma interessante oportunidade para as marcas, que podem buscar um posicionamento associado à um uso mais equilibrado da tecnologia e da conectividade.

Para uma marca, se aliar à uma mensagem de marca mais “humana”, ainda que com firmes bases tecnológicas, ajuda a evitar que possíveis percepções negativas sobre a conectividade (como a perda de privacidade, a falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o embate entre a atenção para pessoas reais e para conexões virtuais) sejam eventualmente transferidas de maneira errônea para marcas que trabalham muito de perto com o setor tecnológico, como é o caso das marcas de telecomunicações e de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e tablets.

Entender, Revelar e implementar este posicionamento é o que aqui na Kantar Vermeer nós chamamos de ter um “marca com propósito”. No nosso trabalho de consultoria, percebemos as tendências do momento atual (por exemplo, o excesso de conectividade) e recomendamos posicionamentos possíveis para que as marcas possam fazer o melhor uso das oportunidades que esse momento traz.

Nossos estudos mostram que, ter um posicionamento bem alinhado com a proposta da marca e com os anseios do público têm alto potencial de valorizar a marca, que chegam a crescer até 6x mais rápido em valor de marca quando possuem um bom alinhamento com propósitos: