Os juros futuros fecharam em alta, pressionados pelo avanço do dólar e pelas preocupações em relação à aprovação das reformas, amparadas, por sua vez, pela decisão do PSB, na segunda-feira, 24, de fechar questão contra os textos da proposta trabalhista e da Previdência. Ao longo desta terça-feira, 25, o partido flexibilizou um pouco sua postura, mas ainda assim as taxas avançaram.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (288.760 contratos) fechou com taxa de 9,530%, de 9,500% no ajuste de segunda. O DI janeiro de 2019 (410.340 contratos) encerrou com taxa de 9,42%, de 9,34%. A taxa do DI janeiro de 2021 (345.345 contratos) subiu de 9,92% para 10,06%. A taxa do DI janeiro de 2025 (60.695 contratos) passou de 10,31% para 10,50%.

Os juros, assim como o dólar, já subiam desde a abertura, refletindo principalmente a decisão do PSB, que tem 35 deputados na Câmara, de fechar questão contra as reformas. No começo da tarde, renovaram máximas depois que a bancada do partido na Câmara, que se reuniu nsta terça, ratificou a decisão da executiva. Posteriormente, houve algum alívio no estresse depois que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, uma das principais lideranças do partido, considerou como precipitada a decisão da legenda. “Entendo como precipitado e discordo do fechamento de questão sobre a votação da reforma da Previdência. Insisto: sem diálogo será impossível o Brasil superar os atuais desafios nacionais”, disse o governador em nota.

Ainda, na reforma trabalhista, que está sendo votada nesta terça na comissão da Câmara, a bancada do PSB havia votado pela retirada do projeto da pauta de discussões, mas depois mudou a orientação e liberou os deputados para votarem como quisessem no requerimento. Por outro lado, a cúpula do PPS estaria trabalhando para fechar um posicionamento oficial a favor da votação das reformas da Previdência e trabalhista no Congresso. Do mesmo modo, o PMDB de Michel Temer também estaria mobilizando esforços junto a seus parlamentares em prol de um consenso para a aprovação.

Nos demais ativos, o dólar reduziu a alta de mais de 1% no começo da tarde e era negociado, às 16h27, a R$ 3,1524 (+0,82%). O câmbio é pressionado pela piora na perspectiva de aprovação das reformas e também pelo exterior, sobretudo após a informação de que os Estados Unidos vão impor tarifa sobre um tipo de madeira importada do Canadá, usada para a construção de casas.