Os juros futuros fecharam em alta nesta quarta-feira, 19, mais firme na ponta longa da curva, contaminados pelo comportamento negativo do exterior que afetou o mercado de moedas, principalmente à tarde. O dólar avançou ante divisas de países emergentes incluindo o real, o que justificou uma recomposição de prêmios nos principais contratos negociados no segmento BM&F.

No Brasil, os players estão digerindo as mudanças no relatório da reforma da Previdência apresentado nesta quarta na Comissão Especial da Câmara e o fato de que a votação será somente em 2 de maio, quando a expectativa era de que fosse votado ainda em abril. Com a sessão regular já encerrada, o dólar ampliou levemente a alta após a divulgação, pelo Broadcast (serviço de notícias fechado e em tempo real do Grupo Estado) do novo Placar da Previdência, elaborado também pelo Grupo Estado, que também ajudou o Ibovespa a renovar as mínimas.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 (109.970 contratos) fechou na máxima de 9,555%, de 9,535% no ajuste de terça. O DI para janeiro de 2019 (196.615 contratos) encerrou também na máxima, com taxa de 9,38%, de 9,35% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2021 (110.615 contratos) terminou em 9,93%, de 9,88%.

O ambiente externo nesta quarta é pautado pela cautela com a proximidade da eleição presidencial na França e também pela reação negativa dos preços do petróleo – que caem mais de 3% – ao aumento, forte e inesperado, dos estoques de gasolina nos EUA na última semana. Houve crescimento de 1,542 milhão de barris, segundo o Departamento de Energia, contrariando a previsão de baixa de 2,0 milhões. Com isso, o dólar avança ante as principais moedas, cotado ante o real em R$ 3,1376 (+0,80%) no segmento à vista, perto das 16h30. O barril do tuipi

Internamente, o mercado segue acompanhando as discussões em torno do andamento da reforma da Previdência, após a apresentação do relatório no período da manhã. A votação do texto, que entre a terça e o dia seguinte foi ainda mais desgastado em relação à proposta original, está marcada na Comissão para o dia 2 de maio.

Levantamento feito pelo Grupo Estado mostra que o governo ainda enfrenta resistência dos parlamentares ao texto, mesmo após as modificações. Até as 16 horas, a equipe do Estado ouviu 234 deputados, sendo que 123 disseram que vão votar contra. Apenas 36 afirmaram estar dispostos a aprovar a reforma como está. Outros 57 não quiseram abrir o voto e 18 se declararam indecisos. Ainda estão sendo localizados 278 parlamentares.