do belga que investiga os atentados na capital do país, Lamsalak e Ben Hammou “reconheceram que estavam no aeroporto quando as bombas explodiram”, embora “neguem sua participação nos fatos e asseguram que foram a Bruxelas comprar um veículo”, segundo o porta-voz.

“Os investigadores tentam elucidar se este dinheiro (para a compra) era para financiar o atentado ou facilitar a logística posterior”, destacou.

A investigação determinou que ambos chegaram a Bruxelas em 16 de março de 2016 e partiram no dia 23, um dia depois dos atentados.

Estes ataques, provocados com vários explosivos detonados no aeroporto e no metrô da capital belga e reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), provocaram 32 mortos e centenas de feridos.

Dos nove detidos na terça-feira, todos homens com idades entre 30 e 40 anos, oito eram marroquinos e o último espanhol, informaram as autoridades após a operação.

Lamsalak e Ben Hammou, dos quais não foi especificada nacionalidade, também admitiram que estavam em Bruxelas “com um primo dos autores materiais do atentado, os dois irmãos que se imolaram”, embora tenham negado conhecer os atacantes, acrescentou o porta-voz.

Vínculos com Paris?

Durante a operação antiterrorista em Barcelona, a polícia apreendeu na residência de Ben Hammou, nesta cidade do noroeste da Espanha, uma fotocópia de uma folha do Google Maps do trajeto entre Alemanha e Bruxelas de Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos comandos que atacaram Paris em 13 de novembro de 2015 e provocaram 130 mortos.

Abdeslam foi detido em 18 de março de 2016 e os investigadores acreditam que sua detenção precipitou os acontecimentos em Bruxelas.

Além disso, com o primo dos dois atacantes de Bruxelas foi encontrada uma chave de um apartamento em Paris “utilizado pelos terroristas que cometeram o atentado na casa [de shows] Bataclan” na capital francesa, acrescentou o porta-voz.

Apesar disso, “os dois detidos negaram qualquer relação com os atentados da França e da Bélgica”, insistiu.

Um terceiro detido na terça-feira foi enviado para a prisão por posse de armas e crime contra a saúde pública, dois outros porque eram procurados em dois casos diferentes, enquanto os outros quatro ficaram em liberdade com comparecimentos mensais.

A Espanha, o terceiro destino de turismo do mundo, permaneceu até agora à margem da onda de atentados do EI em grandes cidades europeias, como os que sacudiram Paris, Bruxelas e Berlim.

Em 11 de março de 2004, no entanto, o país foi alvo dos atentados islamitas mais mortais cometidos na Europa, quando uma dezena de bombas explodiu em vários trens de Madri, deixando 191 mortos. Os ataques foram reivindicados em nome Al-Qaeda por uma célula islamita radical.