O setor de academias de ginástica e lutas viveu um boom no Brasil nos últimos anos. Segundo o último levantamento da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), referente ao ano passado, o País só perde para os Estados Unidos em número de unidades: 34,5 mil contra 36,5 mil. Antes vista como uma opção de lazer e saúde apenas para endinheirados, as academias começaram a se popularizar a partir de 2009, quando Edgard Corona, presidente e fundador do Grupo Bio Ritmo, lançou a Smart Fit, uma rede de academias simplificada e mais acessível ao bolso.

Um produto que atende a todos, com mensalidades a partir de R$ 59. “Uma funcionária de uma cafeteria uma vez me falou: ‘você precisa abrir uma Bio Ritmo perto da minha casa’. Foi quando percebi que havia essa demanda”, conta o executivo, que já procurava se diferenciar da cada vez mais acirrada competição dentro do segmento que, hoje, é chamado de luxo. “Não tem tanto rico assim no Brasil.” Atualmente, a Smart Fit conta com 400 unidades espalhadas pelo país e o exterior, das quais 30 são franquias.

Corona é exigente para escolher seus franqueados, que precisam desembolsar em torno de R$ 4 milhões. “A franquia leva seu sobrenome. Preciso ter certeza que a pessoa vai seguir a cultura da marca, não vai fazer coisa errada. O que ocorrer de errado em uma das franquias, ecoa por toda a marca”, justifica o empresário. A marca se orgulha que, dos 1,3 milhão de clientes atuais, 390 mil nunca haviam entrado em uma academia. O empresário Bruno Barros, de Joinville (SC,) quer atrair esportistas iniciantes para a Noxii Live Center, uma rede de academias que nasceu em Santa Catarina.

“Apenas 4% dos brasileiros já frequentaram uma academia. Não quero brigar por esse usuário, quero ir atrás dos 96% que nunca entraram em uma”, explica o empresário. Em agosto, ele inaugurou a sua primeira unidade e já conta com 300 alunos. A filosofia da Noxii é fazer o oposto das concorrentes. Em suas instalações, predomina o branco, o som com música ambiente no lugar das batidas em alto volume das outras casas e não há aparelhos. A ideia é atrair famílias: as aulas são divididas por sexo e faixa etária.

Barros resolveu seguir por esse caminho depois que foi franqueado de uma grande rede de academias e perdeu todo o investimento. “Fiquei um tempo deprimido, mas não queria sair do ramo. Resolvi inovar”, diz. Agora, com apoio do Grupo Ecoville, fabricante de produtos de limpeza sediado na mesma cidade, que comprou 60% da operação, a Noxii Live Space entrará no mundo das franquias. Bruno pensa alto: “A ideia é chegar a dezembro com 100 unidades vendidas”. O investimento é de R$ 120 mil a R$ 140 mil. Alguém quer suar junto?