SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil em 2021/22 deve alcançar um recorde de 144,26 milhões de toneladas, aumento de cerca de 1 milhão de toneladas na comparação com a projeção do mês passado, com um ajuste positivo na previsão de plantio e diante da expectativa da chegada de mais chuvas, afirmou nesta sexta-feira a consultoria StoneX.

O relatório apontou aumento das perspectivas de área plantada de soja no Brasil de 40,1 milhões para 40,45 milhões de hectares para o ciclo 2021/22, com destaque para Mato Grosso, com acréscimo de 278 mil hectares.

“O Brasil se destaca entre os grandes produtores comerciais de soja por contar com área disponível para expansão, e o contexto de preços domésticos fortalecidos favorece esse movimento”, disse especialista de Inteligência de Mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, em comunicado.

Apesar de o plantio ainda estar no começo, o clima tem sido benéfico, com boas chuvas em várias regiões do país e com as previsões para outubro, inclusive, indicando precipitações acima da média, avaliou a consultoria.

Caso a previsão se confirme, o maior produtor e exportador de soja aumentaria a safra em quase 10 milhões de toneladas na comparação com o ciclo anterior, que foi afetado por problemas climáticos. A área plantada cresceria quase 5% em 2021/22.

Por outro lado, a Stonex reduziu a projeção de exportação de soja da temporada em 2020/21 (equivalente ao ano calendário 2021) em 1,5 milhão de toneladas, para 84 milhões de toneladas, dizendo que o acumulado do ano até o momento está “levemente” abaixo do mesmo período de 2020.

Para 2022, contudo, a StoneX projeta forte crescimento nos embarques ao exterior, para 92 milhões de toneladas.

Ainda assim, o país terminaria o ano que vem com estoques mais confortáveis de 8,48 milhões de toneladas, versus 5 milhões em 2021.

MILHO

A Stonex voltou a reduzir sua previsão de exportação de milho do Brasil em 2020/21, agora para 16 milhões de toneladas, ante 18 milhões de toneladas na previsão do mês passado, após uma quebra de safra e com demanda interna firme, em 71,5 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, a estimativa de importação do cereal foi reduzida de 3 milhões para 2,5 milhões de toneladas.

A previsão de safra ficou praticamente inalterada em 86,6 milhões de toneladas.

Para a nova temporada (21/22), a consultoria vê boas perspectivas, com chuvas ao longo de setembro favorecendo o plantio, e a StoneX elevou sua projeção referente à primeira safra a 30,05 milhões de toneladas, ante 29,8 milhões.

Isso permitiria uma produção total no país de 114,2 milhões de toneladas, dando folga para que as exportações voltassem ao patamar de 40 milhões de toneladas. Mas o volume total ainda depende do plantio da segunda safra, que só começa no ano que vem.

(Por Roberto Samora; edição de Nayara Figueiredo)

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