Que o sol é uma excelente fonte de energia, todo mundo sabe. Até hoje, a maneira utilizada para capturar essa força é por meio das conhecidas placas fotovoltaicas. Agora, e se fosse possível simular o comportamento do astro, artificialmente? Esse é o objetivo do International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), um programa multinacional que está sendo desenvolvido na França. O objetivo do projeto, que já consumiu mais de US$ 20 bilhões desde sua criação, em meados dos anos 1980, é descobrir uma maneira de controlar a fusão nuclear, reação atômica que ocorre no sol e em bombas de hidrogênio.

O fenômeno é diferente da fissão nuclear, utilizada para produzir energia em usinas nucleares, e gera uma quantidade pequena de lixo tóxico. Se bem sucedido, o ITER irá propiciar uma fonte praticamente inesgotável de energia, limpa e segura. Atualmente, os cientistas estão trabalhando na construção do reator, chamado de tokamak, uma estrutura metálica de 30 metros de diâmetro por 30 metros de altura. O empreendimento, que foi primeiramente discutido em 1985, durante um seminário americano-soviético, em plena Guerra Fria, conta com investimentos de Estados Unidos, Rússia, China e da União Europeia. A expectativa é de que os primeiros resultados práticos sejam obtidos em oito anos.

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(Nota publicada na Edição 1012 da revista Dinheiro)