O secretário de coordenação de Projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Federal, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou nesta quinta-feira, 8, que a não ser que ocorra uma ruptura política “muito grande” em relação à linha adotada pelo governo Michel Temer, o cronograma de projetos a serem concedidos à iniciativa privada não será alterado.

“Quando o (Michel) Temer entrou, tivemos uma ruptura entre uma linha anti-mercado para uma linha pró-mercado”, disse Freitas, durante participação em evento promovido pela Revista Exame, em São Paulo. “Independente do desfecho da crise, a não ser que haja uma ruptura absurda e tenhamos um retrocesso ao modelo anterior, tudo será mantido.”

Segundo o representante do PPI, o governo tem se empenhado em oferecer ao mercado ativos que tenham taxas de retorno compatíveis com o risco observado no mercado, de modo a atrair investidores nacionais e estrangeiros. Ele ainda ressaltou que a procura por oportunidades nos setores de óleo e gás, energia elétrica e transportes tem sido grande, o que atesta que o programa adotou uma postura correta.

Questionado a respeito da diminuição do BNDES nas concessões, Freitas avaliou que a mudança no modelo de financiamento dos projetos não impactará de modo significativo o interesse dos players, uma vez que o PPI atua para estimular outras fontes.

“Trabalhamos muito para que o mercado de capitais seja o grande financiador da infraestrutura”, disse. “Mas isso requer uma melhor estruturação da nossa parte. Os projetos precisam ter riscos mais claros, que possam ser mitigados. Os projetos precisam ser viáveis por si mesmos.”