O presidente do banco Santander, Sérgio Rial, defendeu que o governo federal coloque o sistema financeiro na fila das grandes reformas a serem realizadas no País. Na visão do executivo, o setor sofre com um excesso de regulamentação e direcionamento do crédito, engessando a competição entre os bancos e a qualidade dos serviços prestados aos consumidores.

“O novo governo tem uma série de prioridades, mas o que deve ser pensado após essas reformas importantes deve ser a reforma do sistema financeiro”, ressaltou nesta segunda-feira, 24, durante debate realizado no Fórum Brasil Espanha. Rial criticou, por exemplo, o “tabelamento” das cadernetas de poupanças, onde a destinação dos recursos é definida pelo Estado. De acordo com as regras do Banco Central, 65% do saldo da poupança deve ser aplicado em financiamentos imobiliários, com taxas reguladas.

Para o presidente do Santander, é preciso realizar uma reforma inteligente de longo prazo. “Nada de grandes audácias de curto prazo, mas uma sinalização para a transformação do sistema financeiro, para fazer que a hipoteca seja competitiva, que os bancos não tenham medo de poupança”, exemplificou.

Rial avaliou ainda que a desregulamentação teria capacidade de aumentar a competição entre os bancos e a diversificação dos serviços oferecidos aos consumidores, sejam eles pessoas físicas ou empresas. Com esse espaço ocupado pelos bancos, o governo federal teria maior disponibilidade para atuar no campo social, emendou Rial. “Rever esses itens vai fazer com que o ‘s’ do BNDES seja realmente importante”, disse, referindo-se ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).