O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, afirmou que concorda com a visão da Agência de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) de que o custo da inadimplência dos consumidores do atacado deve ser arcado pelos acionistas, e não pelos demais consumidores. De acordo com ele, a Sabesp não pode deixar de ter essa receita. “A postura da Arsesp, de defesa dos demais consumidores, está correta, e nós estamos agindo.”

Ele citou o caso de Mauá. “Se o município não começar a regularmente pagar, vamos fechar o suprimento. Não totalmente, não podemos fazer isso porque tem a população, mas temos que começar a nos defender. Se isso não entra na tarifa, teremos que fechar aquilo que o contrato nos permite”, disse Kerman, em audiência pública da etapa inicial da 2ª Revisão Tarifária Ordinária (2ª RTO) da Sabesp.

O presidente da companhia também afirmou que, para cumprir todos os compromissos dos contratos que detém com municípios, o capex da Sabesp no quadriênio de 2017 a 2020 teria de aumentar mais de R$ 4 bilhões sobre os investimentos de R$ 11,74 bilhões projetados para o período.

A empresa julga que esses valores adicionais de R$ 4 bilhões não configuram um cenário razoável, porque causariam um salto tarifário muito grande.