Os juros futuros encerraram em alta a sessão regular da terça-feira, 14, da BM&FBovespa. Após passarem a manhã com um leve sinal positivo, as taxas aceleraram o avanço e renovaram máximas ao longo da tarde, movimento atribuído ao aumento da cautela com o cenário político, em especial riscos para o andamento da reforma da Previdência. Além disso, a expectativa com o envio da “lista de Janot” e com a sinalização do Federal Reserve, que se reúne na quarta, sobre o ritmo de aperto do juro norte-americano também ajudaram na trajetória de alta.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (391.265 contratos) fechou na máxima, com taxa de 11,225%, de 11,205% no ajuste de segunda-feira. A taxa do DI janeiro de 2018 (222.835 contratos) subiu de 10,015% para 10,050% e a do DI janeiro de 2019 (264.540 contratos) passou de 9,52% para 9,60%.

A taxa do DI janeiro de 2021 (130.080 contratos) fechou em 10,07%, de 9,93%, e a do DI janeiro de 2023 (67.590 contratos) encerrou em 10,36%, de 10,21%.

As taxas vinham de duas sessões de forte queda e, nesta terça-feira fraca de indicadores domésticos, o mercado já começou o dia disposto a alguma correção, em linha com a pressão sobre o câmbio e a despeito da queda dos rendimentos dos Treasuries.

O quadro político recomendou uma exposição menor ao risco, dada a espera pela lista da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão trabalha para enviar nesta terça cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito contra autoridades com foro privilegiado, que foram citados em delações de executivos da Odebrecht, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

À tarde, o movimento ganhou força, levando as taxas às máximas. “Parece estar havendo certa preocupação com as reformas, sobretudo a da Previdência, de grande números de emendas acrescentadas e rumor de governo avaliando possibilidade de rever o cronograma”, disse o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.

Segundo apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a base aliada do governo estaria pressionando o presidente Michel Temer para que retarde o cronograma da reforma da Previdência, mas a Casa Civil afirmou que o prazo com o qual o governo trabalha para a aprovação na Câmara dos Deputados permanece sendo final de abril.