O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, o mais velho dos líderes mundiais em exercício, completou nesta terça-feira 93 anos, com a firme intenção de continuar a liderar um país mergulhado em uma grave crise econômica.

Como há vários anos, o chefe de Estado soprou suas velas durante uma cerimônia reservada a seus ministros e colaboradores mais próximos, enquanto a imprensa estatal o inundou de mensagens.

Sua única aparição pública ocorreu na televisão estatal, em uma longa entrevista em que parecia cansado e murmurante, mas determinado a manter o poder.

“A maioria das pessoas pensa que não há ninguém para me substituir, nenhum sucessor possível que seja aceitável, ​​tão aceitável quanto eu”, disse o líder.

“Claro, se eu sentir que não sou mais capaz de fazê-lo, vou dizer a meu partido para que me substitua. Mas, por agora, acho que este não é o caso”, disse ele.

No sábado, está previsto um banquete que será oferecido a milhares de simpatizantes no parque Matopos, nos arredores da segunda maior cidade do país, Bulawayo (sul).

Estes luxos, num país afundado em uma grave crise econômica, com 90% da população sem trabalho formal, alimentam as críticas.

No seu 92º aniversário, Robert Mugabe serviu a seus convidados carne de elefante, búfalo e antílope, bem como um enorme bolo de 92 quilos. As festividades, de acordo com a imprensa, custaram 800.000 dólares.

Mugabe lidera o Zimbábue com mão de ferro desde que o país africano conquistou a independência da Grã-Bretanha em 1980.

Sob sua liderança, o país empobreceu e hoje atravessa uma profunda crise econômica que provoca descontentamento crescente entre a população.

Seu partido, o Zanu PF, já apontou Mugabe como candidato para as eleições presidenciais de 2018.

Entretanto, a saúde do chefe de Estado e suas frequentes visitas a Singapura ou Dubai alimentam boatos.