O Banco Central (BC) voltou a avaliar, na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que o cenário externo segue favorável, com recuperação gradual da atividade, “sem que isso venha pressionando as condições financeiras nas economias avançadas”.

Durante o encontro, os membros do colegiado voltaram a debater “os riscos associados ao processo de normalização da política monetária em economias centrais e aos rumos da economia chinesa, com possíveis impactos sobre o apetite ao risco por ativos de economias emergentes”.

Em uma ideia que tem se repetido nas comunicações mais recentes do BC, os membros do Copom destacaram a maior capacidade que a economia brasileira tem hoje para absorver eventual revés no cenário internacional, “devido à situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa, expectativas ancoradas e perspectiva de recuperação econômica”.

Ao mesmo tempo, durante o encontro, os dirigentes do BC ponderaram a respeito dos riscos que a reversão do cenário internacional benigno pode trazer para o Brasil, caso haja frustração das expectativas em relação ao andamento das reformas econômicas.

Na avaliação do BC, “uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”. Este risco, na avaliação do colegiado, se intensifica no caso de uma reversão do atual cenário externo.

Por enquanto, com o exterior favorável e sem que a inflação nos países desenvolvidos seja pressionada, o BC enxerga a manutenção do apetite ao risco em relação a economias emergentes. A ata do BC foi divulgada na manhã desta terça-feira, 12.