O relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), reconheceu na manhã desta quarta-feira, 26, que a maioria dos parlamentares ainda não conhece o teor de seu parecer sobre a proposta apresentada na semana passada e que, por isso, “talvez” tenha de voltar às bancadas dos partidos na Casa para explicar o relatório. Ele disse, no entanto, não saber se essa nova rodada de conversas acontecerá antes ou depois da votação do relatório na comissão especial.

“Acho que não conhecem, realmente. Eu, realmente, acho que não conhecem. Pelos corredores da Casa, ouço muitas perguntas que demonstram que ainda há um desconhecimento muito grande em relação a esse texto”, afirmou Oliveira Maia.

Ele afirmou que, por causa disso, se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a criação de um “canal direto”, “tipo um 0800”, entre a relatoria e a população para tirar dúvidas sobre a reforma.

O relator evitou falar em adiamento da votação da reforma na comissão especial e no plenário, como defendem alguns líderes da base aliada. Segundo ele, essa decisão cabe ao presidente do colegiado, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), e ao presidente da Câmara. “Quem dará esse termômetro será a resposta que estivermos tendo dos líderes partidários, que nos dão esse retorno de como estão as conversas com suas respectivas bancadas”, afirmou.

Oliveira Maia ressaltou, porém, que tem “absoluta convicção da aprovação dessa matéria” e que ficou “impressionado” com apoio dos governadores à reforma. “Acho que será (aprovado) no primeiro semestre”, disse, reforçando que essa previsão inclui a aprovação da matéria na Câmara e no Senado. “Agora eu penso que, realmente, talvez seja necessário, por exemplo, que eu volte a todas as bancadas, para repetir aquela conversa”, acrescentou o parlamentar baiano.

Ele disse que conversará com os líderes para saber a necessidade dessa nova rodada de conversas em suas respectivas bancadas. O relator reconheceu, porém, que o mais provável é que esse debate aconteça após a votação na comissão, marcada para começar na próxima terça-feira, 2, uma vez que nesta semana não haverá mais tempo hábil para realizar esses debates com as bancadas. “Esse debate com as bancadas não é tão simples”, afirmou.

Como mostrou o Broadcast Político (serviço fechado de notícias em tempo real do Grupo Estado) ao longo da terça-feira, alguns líderes da base aliada estão defendendo o adiamento da votação da reforma da Previdência.

O líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG), por exemplo, defendeu que a votação no plenário seja adiada entre 30 e 45 dias do previsto pelo governo inicialmente, que seria a partir de 8 de maio. Já o líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), propôs que a Previdência só seja votada de 15 a 20 dias depois da aprovação da reforma trabalhista no plenário.