Nas últimas semanas, o mundo assistiu atônito alguns dos mais poderosos eventos naturais já registrados. Houston, a capital do Texas, nos Estados Unidos, ficou embaixo d’água após a passagem do furacão Harvey. Sessenta pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. Na Índia, em Bangladesh e no Nepal, as chuvas de monções causaram inundações catastróficas e a morte de mil pessoas e o desalojamento de milhões. No Oceano Atlântico, foi registrado o furacão mais potente de todos os tempos, o Irma. A pergunta que surge é se estamos diante dos efeitos perversos das mudanças climáticas. E a resposta é sim, estamos.

“Mudanças climáticas não causam eventos extremos. Elas os amplificam”, afirmam as cientistas Katharine Mach e Miyuki Hino, pesquisadoras da universidade de Stanford, nos EUA. Em artigo publicado no jornal The New York Times, elas resumem a situação. Uma atmosfera mais quente armazena mais água, aumentando o potencial para tempestades. Essas grandes chuvas acontecem sobre oceanos com níveis mais elevados, gerando maior risco de inundações. Já os furacões são potencializados pela temperatura mais alta das águas dos mares. “Eventos sem precedentes são, cada vez mais, o padrão”, afirmam as cientistas.

(Nota publicada na Edição 1035 da Revista Dinheiro)