A direção do PSB começou a punir nesta quinta-feira, 27, os deputados que votaram contra a orientação da Executiva Nacional e ajudaram a aprovar o projeto da reforma trabalhista na Câmara. Por decisão do presidente da sigla, Carlos Siqueira, perderam as presidências estaduais os deputados Danilo Forte (CE), Fabio Garcia (MT), Maria Helena (RR) e a líder da bancada, Tereza Cristina (MS).

A destituição dos parlamentares por decisão monocrática foi possível porque eles presidiam comissões provisórias do partido em seus Estados e não foram eleitos pelos diretórios. A direção do partido entendeu que, ao desobedecer uma determinação para o fechamento de questão contra as reformas previdenciária e trabalhista, os deputados desafiaram uma decisão tomada pelo conjunto que compõe a Executiva Nacional. Com a destituição dos quatro presidentes estaduais, cai toda a comissão provisória que representa o PSB no Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima.

Dos 30 deputados do PSB que votaram na sessão desta madrugada, 14 se mantiveram fiéis ao governo Michel Temer, entre eles o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que foi destituído ontem do cargo exclusivamente para garantir voto ao Palácio do Planalto. Tereza Cristina orientou a bancada a votar contra o projeto, mas acabou votando a favor da medida.

O Conselho de Ética do PSB já começou a receber representações contra os deputados que não seguiram a ordem do partido na votação. O estatuto da legenda prevê punição que vai de advertência a expulsão.

Os quatro punidos hoje, 27, já foram comunicados da decisão de Siqueira. Tereza Cristina avisou à direção que vai repensar sua permanência na liderança da bancada na Câmara e nas fileiras do partido.