O recuo de 0,6% na produção industrial em agosto ante julho foi resultado de uma redução em 8 dos 26 ramos pesquisados, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As principais influências negativas partiram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%). A fabricação de produtos têxteis também teve recuo relevante, -4,6%.

Na direção oposta, das 18 atividades com expansão, os destaques foram veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%). Outras contribuições positivas importantes foram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,0%), outros equipamentos de transporte (8,9%), produtos diversos (7,4%) e bebidas (1,7%).

Comparação com agosto de 2021

De acordo com o IBGE, a elevação de 2,8% na produção industrial em agosto de 2022 ante agosto de 2021 foi decorrente de avanços em 15 dos 26 ramos industriais investigados.

Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a alta na indústria nesse tipo de comparação foi impulsionada por um efeito calendário e pela base de comparação depreciada. O mês de agosto de 2022 teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior. Quanto à base de comparação, no mês de agosto de 2021, a produção tinha recuado 0,6% ante agosto de 2020.

“São questões pra gente entender não só a magnitude de crescimento, mas o próprio perfil disseminado de crescimento entre as atividades”, justificou Macedo.

As principais positivas partiram de veículos automotores, reboques e carrocerias (19,3%), outros produtos químicos (10,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,0%) e produtos alimentícios (3,2%). Houve avanços relevantes também em celulose, papel e produtos de papel (9,3%), bebidas (8,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,7%), outros equipamentos de transporte (17,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,5%), couro, artigos para viagem e calçados (9,0%) e produtos diversos (9,8%).

Na direção oposta, a principal perda entre as 11 atividades em queda ocorreu nas indústrias extrativas (-7,3%), pressionada pela menor produção de minérios de ferro e óleos brutos de petróleo. Outros impactos negativos importantes foram os de metalurgia (-4,1%), produtos de metal (-6,9%), produtos de madeira (-13,8%), produtos têxteis (-10,4%), móveis (-13,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,8%).

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 42,0% em julho para 48,0% em agosto, o 12º mês seguido com predomínio de produtos com queda na produção, frisou André Macedo.

“O índice de difusão ainda permanece com porcentual maior de produtos no campo negativo”, disse Macedo.