Por Tim Hepher

BRUXELAS (Reuters) – A Airbus terá uma visão mais clara das entregas de 2022 até o final de novembro, mas a situação da cadeia de suprimentos “continua muito complexa”, disse o presidente-executivo da fabricante de aeronaves, Guillaume Faury, nesta terça-feira.

Participando de negociações do setor em Bruxelas, Faury não quis comentar se a Airbus atingirá a meta de entregas de “cerca de 700” jatos no ano, depois que dados externos preliminares de novembro e fontes do setor apontaram para desafios crescentes.

“Terei uma imagem mais clara até o final de novembro, mas, como vocês podem ver, o ambiente continua muito complexo e é realmente o principal desafio que temos de enfrentar”, disse ele a repórteres.

“Então, sim, estamos trabalhando contra muitas dificuldades, e isso não é nada novo”, disse Faury.

O executivo disse que um conjunto de problemas nas cadeias de suprimentos relacionados à Covid-19 foi resolvido mais cedo neste ano, mas novas questões surgiram nos últimos meses, incluindo o efeito cascata nos custos de energia devido ao conflito na Ucrânia.

“Não acho que vai melhorar no curto prazo… nos próximos seis meses. Também não acho que vai piorar”, disse Faury a repórteres em uma reunião da ASD, associação europeia para indústrias de defesa e aeroespacial.

“Considero que a crise da cadeia de suprimentos será mais longa do que pensávamos há alguns meses. É um ambiente que fica mais desafiador e mais difícil enquanto falamos.”

Alessandro Profumo, presidente-executivo da Leonardo, e também à frente da ASD, disse que grandes companhias como Airbus, Leonardo e outros devem “cuidar” da cadeia de suprimentos, sem detalhar que tipo de suporte essas empresas devem fornecer.

“Sem uma cadeia de suprimentos forte, não seremos fortes, então claramente esse é um papel que temos”, disse ele no mesmo evento.

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