O delegado titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, disse hoje (23), no Rio de Janeiro, que a prisão de Rogério Avelino da Silva, Rogério 157, pode ocorrer a qualquer momento. Explicou que as operações de busca ao traficante continuam e tiveram o reforço da decisão do Portal dos Procurados, do Disque Denúncia, que aumentou de R$ 30 mil para R$ 50 mil a recompensa por informações que levem ao criminoso.

Para o policial, Rogério 157 está “sufocado” pelas operações integradas realizadas na favela da Rocinha e tenta se deslocar o tempo inteiro, inclusive com saída da comunidade.

“Ele vai para a mata, para a favela, vai para o asfalto, então a prisão pode acontecer a qualquer momento”, frisou. Afirmou que a polícia vem recebendo informações sobre a ação de criminosos e a presença de armas e drogas.

Para o delegado, o fato de conhecer a área da comunidade facilita o deslocamento do traficante, apesar da forte presença de agentes de segurança estaduais e federais.

“É um marginal que conhece toda a topografia, isso facilita muito a fuga dele”, opinou.Rogério 157 está sendo procurado por envolvimento na disputa com o seu ex-chefe Antônio Francisco Bonfim Lopes, o traficante Nem, pelo comando da venda de drogas na Rocinha, na zona sul do Rio.

No domingo passado (17), um grupo ligado a Nem, que está preso na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, tentou recuperar o poder na Rocinha e houve intenso tiroteio entre os dois grupos da mesma facção. Desde então, a polícia faz operações para prender Rogério 157.

Antônio Ricardo, responsável pelo inquérito policial sobre a ação dos criminosos na disputa pelo tráfico na favela, confirmou que Rogério 157 estava fora da comunidade e voltou nesta tarde junto com integrantes de seu grupo em um táxi. Ele teria entrado por um dos acessos à favela pelo bairro do Horto, também na Zona Sul, depois de seus comparsas terem rendido um motorista de táxi no Jardim Botânico, bairro próximo ao Horto.

“Sim, é um relato verídico e bate com a nossa investigação. Ele retornou para a favela. Não quer perder o controle da comunidade”, argumentou.

Inquérito

O delegado informou ainda que todos os criminosos envolvidos na tentativa de retomada do poder na Rocinha – da quadrilha do Nem e do bando de Rogério 157 e ainda associados no Morro de São Carlos, da Pedreira e da Vila Vintém – estão respondendo ao inquérito. “Todos esses marginais que têm liderança nessas comunidades responderão também pelo inquérito policial”, disse.

O policial acrescentou que houve uma mudança de estratégia e, por enquanto, foi afastada a possibilidade de pedir um mandado coletivo de busca na favela, o que permitiria a entrada de agentes em qualquer residência da Rocinha, sem identificação específica de uma pessoa que esteja sendo procurada.

“Nós mudamos a estratégia. Por ora, não vamos pedir um mandado de busca nominado como coletivo. Foi uma mudança de estratégia e continuaremos, por enquanto, sem pedir esse mandado de busca”, disse.

Ele confirmou que recebeu a denúncia de uma moradora de que teve a casa invadida por agentes policiais, sem o acompanhamento de um mandado de busca. “Chegou um relato de invasão de residência e estamos apurando o que realmente ocorreu”, assegurou.