Papéis avulsos

No encerramento dos negócios na quarta-feira 6, as ações preferenciais da Petrobras retornaram ao patamar de R$ 15, que haviam abandonado em maio, quando da primeira notícia da delação premiada de Joesley Batista. Desta vez, os papéis da petroleira avançaram no âmbito de um movimento de recuperação do mercado. Além da alta dos preços internacionais do petróleo, que encerraram a US$ 49,14 na quarta-feira, avanço de 9,2% em cerca de um mês, os papéis vêm se beneficiando dos ventos favoráveis à privatização. A hipótese de o governo federal abrir mão das chamadas golden shares, ações especiais não-negociadas que restringem a atuação dos acionistas minoritários, animou os investidores. Ao reduzir a ingerência estatal, a governança das empresas melhora, algo que é acompanhado por sua valorização. A aposta do mercado é de uma alta potencial de 15% a 20% para a Petrobras nos próximos 12 meses.

 

Touro x Urso

Na quarta-feira 6, o Índice Bovespa estabeleceu um novo recorde nominal, atingindo 73.608 pontos na máxima do dia. No entanto, o principal indicador do mercado fechou a 73,412 pontos, abaixo do fechamento recorde de 73.518 pontos, registrado em 20 de maio de 2008. A queda dos juros, o fluxo de recursos estrangeiros e o fortalecimento do governo Temer contribuíram para a alta.

 

Aviação

Embraer fatura US$ 1,1 bi

A Embraer anunciou, na quarta-feira 6, um pedido firme de 25 aeronaves do modelo E-Jets, por parte da empresa americana Sky West. A encomenda, avaliada pela companhia em US$ 1,1 bilhão, será incluída na carteira de pedidos do terceiro trimestre. A entrega está prevista para 2018. Segundo a Embraer, ela recebeu 80% dos pedidos de aeronaves desse porte na América do Norte desde 2013. Os papéis avançaram 3,2% na quarta-feira, animados pela notícia. No ano, as ações sobem 15,3%.

 

Varejo

Magazine Luíza desdobra ações

A impressionante valorização de 3.800% entre dezembro de 2015 e agosto de 2017 deixou Frederico Trajano, do Magazine Luiza, com um bom problema. As ações estavam custando R$ 612 cada. Na terça-feira 5, a varejista desdobrou os papéis, na proporção de um para oito. Na quarta-feira 6, eles fecharam a R$ 85,41.

 

Quem vem lá

Taesa entra no Índice Bovespa

As units da empresa de transmissão de energia elétrica Taesa, controlada pela estatal mineira Cemig, passaram a fazer parte do Índice Bovespa em setembro, informou a B3 na segunda-feira 4. Os papéis passaram a representar 0,364% da carteira teórica. As maiores participações são de Itaú Unibanco PN, cujo peso caiu de 11,517% para 10,846%, e Vale ON, cuja participação subiu de 3,69% para 9,04%.

 

Vulcabras vai ao Novo Mercado

A fabricante de calçados Vulcabras Azálea aprovou, na quarta-feira 6, a migração das ações da empresa para o Novo Mercado, segmento mais elevado de governança corporativa da B3. Falta definir quando. A companhia, que tem apenas ações ordinárias, terá de alterar o estatuto para incluir regras de oferta pública e adesão à arbitragem. No ano, as ações sobem 266%.

 

Destaque no pregão

A saúde da Hypermarcas

Os resultados do terceiro trimestre mostraram que a estratégia da Hypermarcas de reestruturar seus negócios, saindo da área de higiene e limpeza, e se concentrando em medicamentos, deu certo. Segundo Carlos Soares Rodrigues, da corretora Magliano, a reestruturação e a venda de ativos não-estratégicos permitiu que a companhia presidida por Cláudio Bergamo reduzisse seu endividamento e fortalecesse o caixa. A dívida bruta caiu de R$ 1,9 bilhão no segundo trimestre de 2016 para R$ 664 milhões no mesmo período de 2017, e a companhia encerrou o trimestre com um caixa líquido de R$ 1,45 bilhão. A receita líquida atingiu R$ 852 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 5,6% ante o mesmo período de 2016. No ano, até a quarta-feira 6, as ações acumulam uma valorização de 31,7%.

Palavra do analista:
Segundo Carlos Soares Rodrigues, da corretora Magliano, a Hypermarcas se consolidou como uma das principais empresas farmacêuticas do Brasil. A venda de ativos fortaleceu o caixa e permite o crescimento por aquisições estratégicas. Ele estabelece um preço-alvo de R$ 32,10 para a ação nos próximos 12 meses. Sua recomendação é manter as ações.

 

 

Mercado em números

RUMO
R$ 3 bilhões – É quanto a empresa de transporte e logística poderá captar por meio de uma emissão de ações, ainda sem data para ser realizada

ARTERIS
R$ 1,5 bilhão – É quanto a empresa que explora concessões rodoviárias pretende captar por meio da emissão de debêntures simples, com prazos entre cinco e sete anos

ENERGISA
R$ 850 milhões – É quanto a empresa de eletricidade pretende captar por meio da emissão de debêntures de infraestrutra, isentas de impostos, com prazo de sete anos

TOTVS
R$ 200 milhões – É quanto a empresa de informática pretende captar com a emissão de debêntures simples, com prazo de três anos, e pagando juros equivalentes a 105,95% do CDI

AEGEA
R$ 155 milhões – É quanto a empresa mato-grossense de saneamento básico pretende captar por meio da emissão de debêntures de infraestrutra, com sete anos de prazo