O presidente da Petrobras, Pedro Parente, defendeu, em entrevista à Rádio Gaúcha, que os estaleiros nacionais sejam ocupados com o serviço de integração de módulos aos cascos das plataformas, que devem ser contratados no exterior. A ideia é, em vez de adquirir diretamente as embarcações de estaleiros nacionais, como no passado, firmar contratos de leasing, com prazos e porcentuais de conteúdo local definidos pela petroleira.

Ele criticou a gestão passada da estatal, do governo petista, que incentivou a criação de estaleiros navais pelo Brasil e foram projetados para atuarem como âncoras da atividade econômica. “Um atraso de três anos para a entrega de uma plataforma é um enorme problema para a Petrobras, porque a gente está com tudo pronto. Os poços estão perfurados, os tubos colocados, prontos para produzir”, contestou.

Parente afirmou que vai se esforçar para abreviar o período de recuperação financeira da empresa. “Vou fazer tudo para abreviar esse período. Só não posso garantir. Nossa força de trabalho está toda empenhada e quanto mais cedo melhor”, disse à rádio Gaúcha.

Parente ressaltou, porém, que uma possível antecipação da meta de alavancagem de 2,5 vezes, projetada para o fim de 2018, não resultará num afrouxamento do plano de desinvestimento. A previsão é vender US$ 21 bilhões em ativos em 2017 e 2018. “A gente não pode ter um resultado abaixo daquele que essa empresa pode proporcionar. A gente deve isso à sociedade e aos acionistas”, afirmou.