O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta quarta-feira, 10, que, mesmo ainda sem ter os dados oficiais, acabou a maior recessão da história do Brasil. Segundo ele, aparentemente, o País está encerrando oito trimestres de recuo da atividade econômica.

“Provavelmente, estamos começando o que será o novo ciclo de crescimento, o que nos permitirá a ter uma perspectiva de futuro mais alentadora”, disse Dyogo, que participa da abertura da 9ª edição do Congresso Anbima de Fundos de Investimento, organizado pela Associação Brasileira dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Ao citar dados da economia, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 0,9%, Dyogo argumentou que esse desempenho é resultado de um “árduo trabalha feito pelo governo com transparência e realismo”.

Contas públicas

Ele disse, porém, que este ano haverá déficit primário pelo terceiro ano seguido e em 2018 deve ser marcado por novo déficit. “É um cenário desafiador.”

Reformas

“Há a percepção que o País está adotando um conjunto amplo de reformas”, disse Dyogo, falando que o risco país caiu pela metade quando se compara o primeiro trimestre de 2017 com o mesmo período de 2016. “A boa notícia é o fim da recessão.”

Ambiente de negócios

O ministro disse que o Brasil está na direção certa para a retomada do crescimento, para a melhora do ambiente de negócios e que as condições para a retomada da economia estão se formando. Ele ressaltou que o ciclo atual da retomada tem sido mais lento, mas destacou em sua apresentação alguns pontos de melhora, incluindo a redução do endividamento das famílias, que recuou 30 pontos porcentuais, com estabilização em 8% no setor imobiliário, e abre espaço para a retomada do crédito, além da melhora do endividamento do setor corporativo. “Temos estabilização da inadimplência das pessoas jurídicas.”

Dyogo salientou que o presidente Michel Temer resolveu assumir “duros riscos” políticos para fazer as reformas e mostrou para a sociedade a situação complicada das contas fiscais. “O novo regime fiscal levará à redução da despesa em relação ao tamanho da economia.”

O ministro ressaltou que a agenda de reformas do governo teve implicações concretas e, além de reduzir a percepção de risco do Brasil, já levou uma agência de classificação de risco a mudar a perspectiva para o rating soberano brasileiro. A Moody’s mudou a perspectiva de “negativa” para “estável” em março.