O aumento das mortes ligadas às drogas nos Estados Unidos, sobretudo a opioides e opiáceos como analgésicos e heroína, reduziu em quase três meses a expectativa de vida no país, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.

Só os opiáceos (derivados do ópio, como heroína e morfina) e opioides (substâncias com ação semelhante à do ópio, como fentanil e outros analgésicos) contribuíram para a redução de dois meses e meio (0,21 ano) da expectativa de vida, segundo a pesquisa publicada pela revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

O estudo, dirigido por pesquisadores dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, busca reduzir os efeitos das drogas na expectativa de vida americana, que em 2015 começou a cair pela primeira vez desde a crise da aids nos anos 1980.

As mortes causadas por drogas mais que triplicaram no país desde o ano 2000. Em geral, este aumento nas mortes ligadas a drogas reduziu em 3,36 meses em média a expectativa de vida dos americanos.

“Entre 2000 e 2015, a expectativa de vida aumentou, mas as mortes por drogas contribuíram para a perda de de 0,28 ano”, indica a pesquisa no JAMA.

“Esta perda, fundamentalmente relacionada com opioides, é de uma magnitude similar à das perdas pelas principais causas de morte, com crescentes taxas de mortalidade durante este período combinado”.

O aumento de mortes causadas por lesões acidentais, Alzheimer, suicídio, doença hepática crônica e septicemia contribuíram para uma redução da expectativa de vida de 0,33 ano.

No geral, a expectativa de vida ao nascer nos Estados Unidos aumentou em dois anos desde 2000, quando era de 76,8 anos, até 2015 (78,8 anos).

Este aumento é resultado da redução das taxas das principais causas de morte, como doenças coronárias, câncer, diabetes, gripe, pneumonia e doenças renais.

Mas o efeitos dos opioides e opiáceos é notório. Em 2015, mais de 52.000 mortes foram atribuídas a overdoses de drogas, em comparação com 17.000 em 2000.