O secretário de Estado do governo de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou nesta terça-feira, 25, que o ágio oferecido pela Arteris pela primeira parcela da outorga do lote Rodovias dos Calçados foi surpreendente.

“A EcoRodovias participou bem, R$ 700 milhões era uma proposta que a gente imaginava bem razoável. Mas, nem de longe imaginava-se R$ 1,2 bilhão à vista, mais R$ 200 milhões que eles (Arteris) terão que dar após a assinatura do contrato”, disse Abreu, em conversa com jornalistas.

A Arteris arrematou o lote ao ofertar R$ 1,213 bilhão para a primeira parcela da outorga, um ágio de 438,17% em relação ao valor mínimo estipulado para a disputa, de R$ 225,483 milhões. Já a EcoRodovias propôs o pagamento de R$ 727 milhões, um ágio de R$ 222,41%.

Abreu ainda ressaltou que, além do pagamento de outorga, a Arteris deverá investir cerca de R$ 5 bilhões no lote ao longo dos 30 anos de concessão. “É bastante recurso, bastante dinheiro novo para São Paulo”, afirmou.

Já a subsecretária de parcerias e inovação do governo de São Paulo, Karla Bertocco, afirmou que eram esperadas mais empresas no certame e que dois grupos desistiram de participar no último momento, mas classificou o resultado como “um bom negócio”. Ela ainda informou que a assinatura do contrato de concessão deverá ser feita em cerca de 60 dias.

Editais

O diretor-geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Giovanni Pengue Filho, informou que o governo estadual pretende lançar os editais dos dois lotes restantes do programa de concessões rodoviárias do Estado ainda neste ano.

“Nossa previsão é trabalhar para publicar algo do meio para o final do segundo semestre”, disse Pengue, em conversa com jornalistas após a sessão pública para a concessão do lote Rodovias dos Calçados – os dois lotes restantes do pacote incluem o Rodoanel Norte e um trecho de rodovias no litoral paulista.

Questionado a respeito da data de realização dos leilões desses trechos restantes, Pengue optou por não cravar datas. “Ainda tem a etapa de consulta e audiência pública e vamos avaliar se faz sentido manter o prazo de 120 dias (de disponibilidade do edital) ou fazer algum ajuste”, disse.