A empresa curitibana Hi Technologies acaba de lançar o que pode ser, literalmente, chamado de o terror dos laboratórios de análises clínicas – um mercado que movimenta R$ 25 bilhões por ano. Motivo: o Hilab, um aparelho portátil, fabricado pela companhia de tecnologia Positivo, é, praticamente, um laboratório ambulante. Com apenas duas gotas de sangue misturadas em uma cápsula com um reagente químico, é possível saber em poucos minutos o resultado de exames como HIV, dengue, zika, hepatite, colesterol, glicemia, entre outros. “É o primeiro aparelho do mundo a oferecer análises com essa rapidez”, diz Marcus Figueredo, CEO da Hi Technologies.

Coisa rápida

O aparelho põe em xeque o modelo de negócios dos laboratórios por dois motivos cruciais. O primeiro, diz Figueredo, é o tempo. Enquanto um exame de HIV demora cerca de um dia para ser liberado, o do Hilab sai em 15 minutos. O segundo é o preço. “O mesmo exame de HIV em um laboratório convencional sai por R$ 100. Já o nosso, por R$ 50”, diz Figueredo. Desenvolvido em parceria com a Intel e a Microsoft, ele transforma o sangue coletado em dados digitais e manda, via computação em nuvem, para uma central de diagnósticos, onde médicos emitem o laudo. “Hoje contamos com 20 profissionais de saúde, mas a meta é, dentro de um ano, chegar a 300 para analisar as informações.”

O próximo passo é o mercado externo

Até o final do primeiro ano de operação, a empresa pretende ter distribuído 10 mil unidades do Hilab em consultórios médicos, postos de saúde, farmácias e hospitais. Ao custo de R$ 1 mil por aparelho, eles serão entregues gratuitamente. “Vamos ganhar com os exames”, diz Figueredo. O alto investimento é bancado, sobretudo, pela Positivo – sócia da Hi Technologies. “Em um ano, estaremos fazendo cerca de 1 milhão de exames por mês”, diz Figueredo. Na pior das hipóteses, isso garantirá um faturamento mensal de R$ 10 milhões. No segundo semestre de 2018, a empresa também partirá para o mercado externo. “Vamos para os Estados Unidos, a França e o Quênia.”

(Nota publicada na Edição 1025 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi)