Não se fala em outro assunto no mercado financeiro nos últimos dias: as temidas delações do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci (à esq.), e do operador Lucio Bolonha Funaro. Presos em Curitiba, eles prometem entregar operações feitas com a ajuda dos bancos e Palocci deve também revelar as ações tomadas pelo governo para favorecer algumas das maiores instituições financeiras. Não foi por acaso que uma Medida Provisória foi publicada autorizando o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a fazerem acordos de leniência. O principal objetivo, diz um executivo do mercado financeiro, seria blindar o sistema de uma crise sistêmica diante do teor explosivo que vem pela frente. Mas isso não quer dizer que todos se livrariam. O que se comenta é que um famoso banco de investimentos serviria como boi de piranha, sofrendo punições mais severas, e as outras instituições pagariam apenas multas bilionárias.

(Nota publicada na Edição 1023 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi, Hugo Cilo, Márcio Kroehn e Vera Ondei)