Antigamente, quando alguém tentava se lembrar de algo, mas não conseguia, costumava dizer “está na ponta da língua”. Atualmente, a menos que a conversa tenha lugar em algum deserto remoto, sem acesso a internet, ou se todos os presentes ficarem sem bateria no celular, é praticamente impossível não se lembrar de alguma coisa. Aquela música antiga, quem deu o passe para o gol do título no campeonato de 1974, quando se comemora o dia mundial da pizza, o artista responsável pela estátua do Borba Gato, enfim, atualmente, toda informação do mundo está disponível ao alcance dos dedos. Basta “dar um Google”.

Não por acaso, o gigante da internet, que virou sinônimo de buscas, é a Marca Mais Forte do Brasil em 2017, segundo o ranking realizado em parceria com a DINHEIRO pela empresa de pesquisas Kantar Vermeer. E pelo segundo ano consecutivo. A estratégia para ficar na ponta da língua dos brasileiros passa por ensiná-los a usar a internet. “Procuramos educar os usuários a tirarem proveito das nossas ferramentas”, afirma Esteban Walter, diretor de marketing do Google.

Trata-se de um ponto fundamental para uma empresa que é, hoje, muito mais do que um sistema de buscas. O portfólio de ferramentas do Google inclui aplicativos de mapas, email, armazenamento em nuvem, navegador de internet, bate-papo, música e vídeos. O YouTube é, de longe, a principal plataforma para a publicação de vídeos da internet. Segundo Walter, apesar da diversidade, é tudo construído com base na mesma ideia: a de organizar e tornar acessível as informações na grande rede de computadores.

Para Eduardo Tomiya, CEO da Kantar Vermeer, há um componente importante nessa hegemonia do Google como a marca mais forte: a juventude e a busca pelo saber, características que, segundo a pesquisa “O Sonho Brasileiro”, desenvolvida pela companhia, estão entre as mais buscadas pelo consumidor do País. “Há uma mudança no perfil do brasileiro, que está deixando para trás a ideia do ‘jeitinho’ e dando mais valor à sabedoria”, afirma Tomiya. “O Google, como uma fonte inesgotável de informações, vai ao encontro desse perfil.”

As campanhas da empresa buscam ressaltar essa conexão com o público jovem. Walter ressalta uma delas, na qual um grupo de amigos debate a pronúncia correta da letra de uma música em inglês, até que uma garota puxa o celular e encerra a discussão. “Isso tem muito a ver com o brasileiro, que fala pouco o inglês, mas está sempre conectado com o que acontece no mundo”, diz o diretor. “Essa situação é comum a quase todo grupo de jovens.” Essa conexão com o público jovem é uma constante no ranking. Em segundo lugar ficou o Facebook, a maior rede social do mundo.

Tomiya destaca, ainda, a marca Trident, de chicletes, que está em quarto lugar, à frente da Coca-Cola. “É uma marca que você encontra em praticamente todo estabelecimento comercial”, diz o CEO. “Eles fazem um trabalho de distribuição muito eficiente.” Outra novidade é que a Apple subiu cinco degraus e, pela primeira vez, ficou à frente da Samsung. Problemas com o celular Galaxy Note, que apresentou defeito nas baterias e foi retirado do mercado, pressionaram a marca, que desceu uma posição no ranking. Já a Omo retomou o terceiro lugar, perdido no ano passado. “As pessoas estão voltando a consumir”, conclui Tomiya.

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