Investigação preliminar feita pelo Hospital Geral de Roraima Rubens de Sousa Bento (HGR) afastou hoje (25) a possibilidade de que as 14 mortes ocorridas no último final de semana na unidade tenham sido provocadas por infecção hospitalar. Segundo comunicado divulgado pelo governo do estado, os óbitos foram provocados por “por causas naturais irrecuperáveis, em setores diferentes” do hospital.

Pouco antes da divulgação do resultado da investigação feita na unidade de saúde, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) anunciou a abertura de procedimento para investigar as causas dos óbitos ocorridos nos últimos dias no hospital. A promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Jeanne Sampaio, requisitou à Delegacia Geral de Polícia do estado a abertura de inquérito policial para apurar as causas das mortes.

 A promotora também requisitou à direção do hospital que envie, no prazo de 10 dias, relatórios técnicos da Unidade de Vigilância Epidemiológica, Comissão de Verificação de Óbito, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e da Coordenação de  Enfermagem e Serviço Social sobre os fatos ocorridos.

“Causas irrecuperáveis”

De acordo com o coordenador do Núcleo Interno de Regulação do HGR, Marcelo Borba, as mortes ocorreram por “causas irrecuperáveis” devido a meningite, insuficiência respiratória, cirrose, tuberculose, acidente vascular cerebral (AVC) e tumores. Ainda segundo o coordenador, a maioria dos pacientes que morreu era de idosos. “São casos que deram entrada na unidade em situação avançada, nas quais os tratamentos disponibilizados não conseguiriam mais reverter o quadro do paciente”, explicou Borda, em comunicado do governo do estado.
 
Após o resultado da investigação preliminar feita pelo próprio HGR, o governo do estado informou que, como medida adicional, acionou na manhã de hoje a Vigilância Sanitária, para que o órgão também investigue a situação na unidade de saúde.
 
De acordo com o governo de Roraima, o índice de óbito hospitalar no HGR, que tem média de 500 atendimentos por dia, é de 1,04%, abaixo do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde. O índice de infecção hospitalar da unidade, ainda conforme dados da gestão estadual, ficou em 2,2%, em 2016, também inferior ao limite de 5% determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).