Domingo Alzugaray morreu na segunda-feira 24 no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, aos 84 anos. Como fundador da Editora Três, Alzugaray deu uma contribuição inestimável ao jornalismo brasileiro. Foi um defensor intransigente da liberdade de expressão e da democracia. Deixa um legado de jornalismo independente e combativo, a serviço do leitor e da verdade. Foi um editor corajoso e incansável batalhador. Conectado sempre com os anseios de uma sociedade exigente, sensível e plural, Alzugaray modernizou e transformou a linha editorial dos veículos de comunicação do País.

O velório e a cerimônia de cremação foram realizados nesta terça-feira 25, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (SP), e contou com as presenças do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; do senador José Serra; e de empresários como Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Norberto Birman, diretor-executivo da Amil, entre outros.

“A história da imprensa nos últimos 40 anos sempre contou com a influência e a participação de Domingo Alzugaray. Era uma pessoa com quem eu tinha uma relação cordial. Não obstante, tivemos diferenças por causa das notícias. Mas sempre foram questões menores dentro da nossa amizade, da nossa relação, e do espírito público que sempre norteou as nossas conversas”, disse o senador José Serra.

“O Sr. Domingo Alzugaray deixa um legado importante. Foi um sonhador, um realizador, e uma pessoa que conseguiu empreender em um mercado difícil e de muita responsabilidade”, afirmou Luiz Carlos Trabucco, presidente do Bradesco.

Nascido na cidade de Victória, província de Entre Rios, na Argentina, Domingo Alzugaray, Publisher e fundador da Editora Três, que edita as revistas semanais ISTOÉ e ISTOÉ Dinheiro, Dinheiro Rural, ISTOÉ Gente, Planeta, Menu, Motor Show e diversas outras publicações, naturalizou-se brasileiro em 1966.

Ele formou-se em Perícia Mercantil, mas preferiu iniciar a carreira como ator, trabalhando em teatro e cinema. Fez filmes como “Bendita Seas” (1956), “Pobres Habrá Siempre” (1958) e “Meus Amores no Rio” (1958). Atuou também em “Sábado a la noche, cine” (1960) e “Con el Más Puro Amor” (1966). Trabalhou como ator também em fotonovelas, até ser convidado pela Editora Abril para participar da produção de revistas como “Veja”. Nessa editora, foi diretor da Divisão de Revistas e Diretor Comercial.

Em 1972, deixou a Abril e criou a Editora Três, ao lado de Luis Carta e Fabrizio Fasano. A primeira revista a ser produzida pela Editora Três foi a Planeta. Lançou também a Status, a primeira revista brasileira voltada para o público masculino. Mas o grande sucesso foram mesmo as revistas ISTOÉ, ISTOÉ Dinheiro e Dinheiro Rural, os carros-chefe da Editora Três até a atualidade.

Com o sucesso editorial, Domingo Alzugaray recebeu várias honrarias, como a medalha Tiradentes em 1998 e o Prêmio Editor em 2011, concedido pela Associação Nacional de Editores de Revistas. Em 2013, recebeu também o Prêmio Personalidade da Comunicação, do Congresso Mega Brasil de Comunicação.

 

 

Domingo ao lado de seu filho e sucessor, Caco Alzugaray