O dólar avançou nesta quinta-feira, 26, ante boa parte das outras moedas principais. A divisa americana chegou a oscilar perto da estabilidade, mas ganhou fôlego ao longo do dia, em meio à publicação de indicadores importantes nos Estados Unidos, em dia de agenda modesta na Europa. Além disso, o rand esteve em foco, sob pressão após o Banco Central da África do Sul elevar os juros menos que o previsto por analistas em geral.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 130,28 ienes, o euro recuava a US$ 1,0892 e a libra subia a US$ 1,2412. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,19%, a 101,839 pontos.

A reação inicial do dólar aos dados da manhã foi modesta, mas no início da tarde ele exibia mais fôlego, estendendo um pouco esse impulso no início da tarde. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 2,9% no quarto trimestre ante o anterior, na leitura anualizada, o que superou a previsão dos analistas. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 3,2% na mesma comparação, com o núcleo do PCE em alta de 3,9%. O PCE é o número de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e seus números cresceram menos que no trimestre anterior, mas seguiram bem acima da meta de inflação do Fed.

Após os dados, continuou a haver chance de quase 100% de que o BC americano elevará os juros em 25 pontos-base na próxima quarta-feira, segundo o monitoramento do CME Group. O aperto monetário tende a apoiar o dólar. A Capital Economics, além disso, afirma que a busca por segurança ainda deve apoiar a divisa americana no curto prazo, em quadro de “piora no sentimento de risco movida por recessões nos EUA e em outros mercados desenvolvidos”.

Entre moedas de emergentes, o rand esteve sob pressão, após o BC sul-africano elevar a taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 7,25%, quando analistas em geral previam alta maior, a 7,50%. O dólar avançou a 17,2033 rands.

O ING dizia que “alguns poucos” analistas acreditavam na possibilidade de alta de 25 pb, com a inflação no país acima da meta. A Oanda, por sua vez, posicionava a decisão de hoje em um contexto de proximidade do fim do ciclo global de aperto, após o BC do Canadá ter sinalizado uma pausa em suas altas, com bancos centrais esperando que a inflação cairá, enquanto a atividade perde fôlego.

Na Argentina, o dólar avançou a 185,3590 pesos. No mercado paralelo local, o chamado dólar blue renovou recorde nominal pelo terceiro dia seguido, segundo o jornal Ámbito Financiero.