A retirada do trecho sobre combate ao protecionismo da declaração do G-20, grupo das maiores potências econômicas mundiais, divulgada hoje, na conclusão da reunião de líderes, na Alemanha, não significa um desentendimento entre os membros do grupo, afirmou o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble. De acordo com ele, a adoção do novo texto foi aprovada de forma unânime, sem qualquer tipo de desacordo.

“Não é verdade que não chegamos a um acordo. Está completamente claro que não somos a favor do protecionismo. Mas não estava claro o que um ou outro queria dizer com isso”, comentou o ministro, representante do país anfitrião da reunião, concluída neste sábado. Segundo ele, a questão está mais relacionada à linguagem do à substância do protecionismo.

A retirada do trecho da declaração que condenava as políticas comerciais protecionistas foi interpretado como um sinal de uma ruptura entre o novo governo dos EUA e outros parceiros globais. Mas Schaeuble afirmou que os Estados Unidos não estavam isolados durante a reunião. Ele salientou que o representante norte-americano no encontro, o secretário do Tesouro Steven Mnuchin, não tinha mandato para acordar uma novo texto sobre comércio.

Mnuchin, por sua vez, afirmou que historicamente o texto do G-20 sobre o protecionismo “não era relevante”. Ele reforçou que os EUA buscam “o comércio livre, o comércio justo e o comércio equilibrado”

O ministro do Japão também salientou que não houve ruptura. “É errado dizer que as conversas sobre comércio no G-20 se romperam”, afirmou. Segundo ele, o comunicado mostra a importância que o grupo dá à promoção do comércio internacional e reflete a vontade de cooperar para expandir o comércio. Ele salientou que nenhum membro do G-20 expressou oposição ao livre comércio.

As dificuldades enfrentadas pelas autoridades financeira globais para definir uma posição comum sobre o comércio já haviam sido sinalizadas ontem, na conclusão do primeiro dia de reunião, diante da insistência da administração Trump de que o comércio internacional deve ser “justo” e “livre”.

Na declaração, os ministros optaram por salientar que “estão trabalhando para fortalecer a contribuição do comércio” para suas economias. No ano passado, o texto defendia uma resistência a “todas as formas” de protecionismo, o que poderia incluir tarifas de fronteira e regras que poderiam favorecer os negócios de um país sobre os de outra economia.

A declaração do G-20 é importante porque ajuda a definir o tom para a economia global política.

Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires