A margem financeira total do Bradesco somou R$ 15,686 bilhões no primeiro trimestre, redução de 2,2% ante um ano, quando estava em R$ 16,036 bilhões. No comparativo trimestral, a redução foi menor, de 0,8%.

Do total, a margem financeira de juros do Bradesco, composta por operações que rendem juros, totalizou R$ 15,493 bilhões de janeiro a março, redução de 2,6% ante um ano e de 1,1% na comparação com o trimestre anterior. Como resultado, a taxa média anualizada da margem financeira de juros do banco foi a 6,6% ao final de março contra 6,7% e 7,4%, respectivamente.

O banco explica, em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras, que a redução da receita de juros da margem financeira apresentada nos trimestres se deve aos menores resultados com a intermediação de crédito. “Importante destacar que as receitas das margens de seguros e operações de tesouraria no gerenciamento de ativos e passivos (ALM), apresentaram evoluções nos períodos”, acrescenta a instituição.

A fatia da margem financeira não relacionada a juros, que compreende basicamente as operações da tesouraria, foi de R$ 193 milhões no primeiro trimestre, elevação de 41,9% em um ano e de 27,0% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Gastos operacionais

O Bradesco registrou gastos operacionais da ordem de R$ 9,639 bilhões de janeiro a março, cifra 0,4% menor ante igual período de 2017, quando foram de R$ 9,676 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, quando essas despesas totalizaram R$ 10,218 bilhões, a redução chegou a 5,7%.

“A redução das despesas no trimestre reflete os menores gastos em praticamente
todas as linhas, principalmente nas despesas com comunicações, serviços do sistema financeiro, materiais, segurança e vigilância, refletindo as sinergias da aquisição do HSBC Brasil e a estratégia de otimização dos pontos de atendimento”, detalha o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Do total, as despesas com pessoal do Bradesco somaram R$ 4,829 bilhões no primeiro trimestre, estável na comparação anual e 1,0% menor ante os três meses anteriores. Segundo a instituição, as variações apresentadas nos períodos decorrem dos ajustes implementados, dentre os quais destacam-se os efeitos do Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), iniciado em agosto de 2017, e os ganhos de sinergias advindos da aquisição do HSBC Brasil.

Gastos administrativos

Já os gastos administrativos foram a R$ 4,810 bilhões de janeiro a março, montante 0,9% inferior em 12 meses e 9,9% menor em relação ao trimestre anterior.

Para 2018, o Bradesco projeta que suas despesas operacionais tenham queda de até 2% e, no pior cenário, aumento de até 2% ante o ano passado.

O Bradesco encerrou março com 97.593 funcionários, 1.215 a menos que em dezembro. Nos últimos 12 meses, o banco cortou 9.051 colaboradores, número que reflete o programa de desligamento feito no ano passado.

Já o número de agências do Bradesco era de 4.708 ao final do primeiro trimestre, 41 a menos que em dezembro. No comparativo anual, o banco fechou 414 agências. Apesar disso, os postos de atendimento do Bradesco somaram 74,126 mil no primeiro trimestre, 652 a mais ante o quarto trimestre e acréscimo de 1.400 em um ano. A rede foi influenciada, conforme mostra o banco, pelo aumento dos pontos assistidos do Banco24Horas.

Índice de Basileia

O índice de Basileia do Bradesco, que mede o quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, encerrou o primeiro trimestre em 15,9%, abaixo do indicador visto nos três meses anteriores, de 17,1%. Em um ano, quando estava em 15,3%, porém, foi vista melhora de 0,7 ponto porcentual.

O índice de Capital Nível I, de melhor qualidade, totalizou 12,4% no primeiro trimestre ante 13,1% no quarto trimestre de 2017. O Bradesco explica, em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras, que grande parte da redução está relacionada à mudança no cronograma de aplicação de deduções sobre os ajustes prudenciais, que passou a ser de 100% em 2018 (80% em 2017) no âmbito das regras de Basileia III. “A geração interna de capital (lucro líquido), continua com alta contribuição para o indicador”, acrescenta a instituição.

O índice de capital principal do Bradesco, ou seja, próprio dos acionistas, diminuiu de 12,3% ao final de dezembro para 11,6% ao término de março. Em um ano, estava em 11,2%.

Inadimplência

O índice de inadimplência do Bradesco, que considera atrasos acima de 90 dias, foi a 4,39% no primeiro trimestre do ano, melhora de 0,28 ponto porcentual em relação ao indicador visto nos três meses anteriores, de 4,67%. Já no comparativo anual, quando estava em 5,6%, a melhora foi ainda melhor, de 1,21 p.p.

“O índice apresentou melhora pelo quarto trimestre consecutivo, principalmente pelo comportamento dos segmentos de pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas”, justifica o Bradesco, em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras.

Na contramão, a inadimplência da pessoa jurídica seguiu aumentando, passando de 1,89% no quarto trimestre do ano passado para 2,00% no primeiro trimestre. Em um ano, porém, apresenta de redução uma vez que estava em 2,3%.

Já o indicador de calotes do Bradesco de curto prazo, que leva em conta atrasos entre 15 a 90 dias, aumentou de 3,97% ao final de dezembro para 4,18% ao término de março. “O crescimento, impactado em parte, por questões sazonais do início de ano que afetam o segmento de pessoas físicas, e portanto não representam uma mudança de tendência, e a casos pontuais de clientes corporativos”, explica o banco, acrescentando que a pessoa física e micro, pequena e média empresa tiveram melhora.

Provisões

As despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Bradesco no conceito expandida – que considera receitas com recuperação e também o impairment de ativos financeiros – totalizaram R$ 3,892 bilhões no primeiro trimestre, queda de 26,3% ante um ano, de R$ 5,282 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, de R$ 5,405 bilhões, esses gastos diminuíram 28,0%.

O Bradesco destaca, em relatório, que reclassificou no primeiro trimestre as as despesas com impairment de ativos financeiros (operações com características de
crédito, no conceito expandido, em sua maioria debêntures) da margem financeira para a PDD, inclusive dos períodos anteriores, para melhor efeito de
comparabilidade. “A redução da despesa de PDD (Expandida) apresentada tanto na variação trimestral como anual reflete a melhora da qualidade da carteira de crédito, menores descontos concedidos e menor impairment de ativos financeiros”, acrescenta o banco.

Somente os gastos com PDDs foram a R$ 4,599 bilhões no primeiro trimestre, redução de 22,0% ante um ano, de R$ 5,896. Na comparação com os três meses anteriores, de R$ 5,414 bilhões, a queda foi de 15,1%.

O saldo de provisões foi a R$ 35,763 bilhões no primeiro trimestre, queda de 8,7% em um ano, de R$ 39,181 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, de R$ 36,527 bilhões.

Receita de prestações de serviços

As receitas com prestação de serviços do Bradesco totalizaram R$ 7,831 bilhões no primeiro trimestre, montante 5,4% superior ao visto um ano antes, de R$ 7,430 bilhões. No comparativo trimestral, porém, foi vista queda de 2,9%, uma vez que a linha sofre influência sazonal.

De acordo com o banco, o bom desempenho das receitas de conta corrente, cartões, administração de fundos, cobrança e arrecadações, administração de consórcios e serviços de custódia e corretagens, impulsionaram a performance em 12 meses. Já o comportamento trimestral, segundo a instituição, inclui o efeito sazonal de fim de ano, que impactou, principalmente, as receitas das atividades de cartões e a menor atividade do mercado de capitais, que afetou o desempenho das receitas de underwriting/assessoria financeira.

As rendas de cartão do Bradesco somaram R$ 2,637 bilhões no primeiro trimestre, alta de 35,3% em um ano. Já os ganhos com conta corrente cresceram 22,3% e os com administração de fundos avançaram 12,7%, na mesma base de comparação.

O Bradesco espera que suas receitas de serviços apresentem aumento de 4% a 8% neste ano.